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Economia

Transferência desconhecida por António Costa obriga a nova auditoria ao Novo Banco

Auditoria ao Novo Banco iniciada no ano passado ainda não chegou – só deverá ser entregue em julho –, mas o Governo está obrigado por lei a pedir outra

António Costa e Mário Centeno
Manuel de Almeida/Lusa

O empréstimo de 850 milhões de euros que os cofres públicos fizeram ao Fundo de Resolução, para capitalizar o Novo Banco, e que foi realizado sem ter sido dado conhecimento imediato a António Costa, vai desencadear uma nova auditoria à instituição bancária. Contudo, neste momento, continua por chegar outra auditoria que está a ser realizada desde o ano passado, por conta dos 850 milhões de euros emprestados em 2019.

Na semana passada, os contribuintes portugueses emprestaram 850 milhões de euros ao Fundo de Resolução, o veículo que funciona junto do Banco de Portugal e que é dono de 25% do capital do banco. Esta é a tal transferência que foi realizada pelo ministério liderado por Mário Centeno e da qual António Costa não foi informado, levando-o a admitir que se enganou no Parlamento.

Este empréstimo serve para que o Fundo consiga cobrir o estrago causado pelos créditos tóxicos do banco no ano passado, e que contribui para a injeção de 1.035 milhões (o valor inicial era de 1.037 milhões, mas o Fundo de Resolução decidiu abater a este montante os 2 milhões de euros atribuídos em bónus aos gestores).

Só que desde o início do ano passado que a entrada de dinheiros estatais em instituições de crédito traz consigo obrigações para o Governo.