Nos últimos dois meses houve duas dezenas de contratos públicos firmados pela Direção-Geral da Saúde (DGS) por ajuste direto com valor superior a um milhão de euros cada. Deles beneficiaram uma dezena de empresas, cuja faturação anual vai disparar por conta dos fornecimentos no âmbito do combate ao coronavírus - nalguns casos ganharam em dois meses mais do triplo do que facturam durante um ano inteiro.
Os números publicados no portal Base mostram que a empresa que mais faturação assegurou junto da DGS foi a GLS Med Trade, do grupo Luz Saúde, com quase 33 milhões de euros. O suficiente para mais do que triplicar as suas vendas anuais.
A lista das 10 empresas com ajustes diretos milionários da DGS inclui ainda a FHC Farmacêutica, de Mortágua, e a Quilaban, de João Cordeiro, esta última já com um histórico antigo de fornecimentos ao Estado.
A Covid-19 também permitiu à Modalfa, da Sonae, estrear-se na contratação pública: tudo o que já ganhou, segundo o portal Base, foi conseguido neste leque de ajustes diretos relacionados com o coronavírus.
A lista que publicamos considera apenas o somatório de contratos superiores a 1 milhão de euros adjudicados desde 1 de março pela DGS, não incluindo todos os outros contratos firmados pela DGS de valor inferior a 1 milhão de euros, nem quaisquer outros contratos públicos entre entidades estatais (como as autarquias ou os hospitais como contratantes individuais) e fornecedores privados, ainda que existam, no portal Base, registos de várias adjudicações relacionadas com Covid-19 de montante superior a 1 milhão de euros à margem da DGS.
A faturação de cada empresa é relativa a 2018 (excepto para a GLS Med Trade, cuja faturação é já de 2019). Junto a cada empresa indicamos também o grupo empresarial a que pertence ou os empresários que a controlam.
Empresas com contratos com a DGS superiores a €1 milhão |