Economia

Mota-Engil ganha contrato de 365 milhões em Moçambique

A Mota-Engil ganhou esta segunda-feira um contrato de 365 milhões de euros de infraestruturas de apoio portuário em Moçambique. É a primeira adjudicação feita no âmbito do mega-projeto de gás natural lançado pelo Governo moçambicano que visa tornar o país um dos cinco maiores produtores mundiais

Nos próximos quatro anos, Moçambique vai investir 50 mil milhões de dólares no desenvolvimento de um projeto de gás natural que visa tornar o país um dos cinco maiores produtores mundiais.
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O grupo Mota Engil ganhou esta segunda-feira em Moçambique um contrato de construção de um cais móvel e de uma plataforma de descarga avaliado em 365 milhões de dólares (cerca de 338 milhões de euros). Este é o primeiro contrato assinado no âmbito do mega-projeto de gás natural liquefeito (GNL) lançado pelo Governo de Moçambique que pretende colocar o país entre os cinco maiores produtores mundiais. “Com este contrato, o projeto de gás natural arrancou finalmente em Moçambique e as obras vão começar ainda durante o primeiro semestre deste anos”, confirmou ao Expresso, fonte da empresa.

Os trabalhos de construção decorrem na província de Cabo Delgado, no norte do país e têm uma duração prevista de 32 meses, com início ainda no primeiro semestre de 2020. Para esta empreitada, a Mota-Engil concorre em parceria – detida em partes iguais – com a BESIX, uma empresa belga especializada em trabalho marítimos.

O projeto lançado pelo Governo moçambicano em 2019 foi dividido em duas áreas, uma concessionada à Total Moçambique e outra ao consórcio constituido pela norte-americana Exxon, a italiana ENI e a portuguesa Galp.

O projeto moçambicano de GNL representa um investimento da ordem dos 50 milhões de dólares (cerca de 46,3 mil milhões de euros) nos próximos cinco anos. Segundo os analistas, cerca de 15% deste valor estará relacionado com a construção civil. Ou seja, cerca de 7,5 mil milhões de dólares (cerca ce 7 mil milhões de euros) será o mercado potencial aberto às empresas do setor até 2024-25 em matéria de construção civil, terraplenagens, construção de estaleiros e de novos cais, entre outras infraestruturas.

O contrato foi atribuído à Mota-Besix pela CCS JV - o agrupamento que integra a britânica McDermott, a italiana Saipem e a japonesa – que é a EPC ( Engenharia, Aquisições e Construção) responsável pela estruturação de todos os projetos para o dono da concessão que, neste caso, é a Total Moçambique. Esta empresa, explora a chamada Área 1, depois da petrolífera francesa ter comprado a norte-americana Anadarko, em 2019. A chamada Área 4 foi atribuída ao consórcio Exxon - Eni – Galp, que já fez saber que devido à pandemia da Covid-19, está a adiar a adjudicação de empreitadas para o final deste ano.

Presente em Moçambique desde 1991, a Mota Engil é neste momento o líder do setor de construção civil e obras públicas naquele país. África representa 51% da carteira de encomendas total do grupo.