A EDP confirmou esta segunda-feira à noite em comunicado que foi alvo de um ataque informático mas salvaguarda que não houve impacto no fornecimento de energia.
"A EDP foi alvo de um ataque informático à sua rede corporativa esta segunda-feira, 13 de abril, que está a condicionar o normal funcionamento de uma parte dos seus serviços e operações, não se registando, contudo, qualquer impacto na continuidade do fornecimento de energia", refere uma nota da empresa enviada à comunicação social.
"Os serviços críticos de supervisão e controlo da rede elétrica de distribuição estão a operar normalmente, embora com adaptações decorrentes de algumas limitações", prossegue o comunicado. "Para conter os efeitos deste ataque, foram prontamente aplicadas medidas de prevenção e proteção dos sistemas que suportam as operações da empresa, estando a ser analisada a origem e a anatomia deste incidente, para que os serviços e operações em causa sejam rapidamente restabelecidos."
A finalizar, a empresa explica que "a atuação do grupo EDP perante este ataque está a ser articulada com as entidades competentes".
O "Jornal de Notícias" adianta que os piratas informáticos estão a reclamar à EDP um pagamento de de 1580 bitcoins, equivalentes a 9,8 milhões de euros, num prazo de 20 dias. Contactada pelo Expresso, fonte oficial da EDP disse desconhecer esse resgate.
Ao que foi possível apurar, o ataque visou o sistema global do grupo EDP e não uma unidade de negócio em particular.
Uma mensagem associada a esse ataque e à qual o Expresso teve acesso indica que terão sido roubados dos servidores da EDP mais de 10 terabytes (TB) de informação. Uma das pastas obtidas será a do sistema de administração da EDP Renováveis. Os autores do ataque ameaçam publicar a informação em blogues e avisar clientes, parceiros e concorrentes da empresa.
Vários computadores terão sido infetados com "malware", levando a empresa a tomar medidas preventivas como desligar acessos VPN (que permitem o acesso à rede da empresa por via remota, como sucede com o teletrabalho).
Segundo a informação recolhida pelo Expresso, a EDP já está em contacto com o Centro Nacional de Cibersegurança e com a Altice Portugal para avaliar se há mais medidas que devam ser tomadas.