Economia

CGD dedica €200 milhões para nova linha de crédito para micro e PME para cobrir efeitos do coronavírus

Cada empresa cliente do banco público terá direito a financiar-se até 1,5 milhões de euros para fundo de maneio e tesouraria. BCE flexibilizou regras monetárias e de supervisão para potenciar financiamento à economia

JOÃO RELVAS/LUSA

A Caixa Geral de Depósitos terá uma linha de crédito de até 200 milhões de euros para compensar as micro, pequenas e médias empresas que verifiquem quebras de receitas devido ao surto do coronavírus. Cada empresa poderá pedir até 1,5 milhões de euros. A disponibilização será feita “nos próximos dias”.

“A nova linha tem como principal objetivo reforçar o apoio ao nível da tesouraria e/ou fundo maneio para acomodar os impactos negativos decorrentes do surto do coronavírus, designadamente a diminuição das receitas provocadas pela abrupta redução da procura em numerosos setores da atividade”, assinala a instituição financeira em nota enviada às redações esta sexta-feira, 13 de março.

Cada empresa tem um limite do que poderá pedir. “O montante máximo de financiamento por empresa será de €1,5 milhões, nas finalidades de fundo maneio e tesouraria, com maturidades até 4 e 3 anos, respetivamente”, continua o comunicado.

A nova linha de crédito (inserida no Capitalizar, já protocolado com o Estado) estará vigente até 31 de maio. O banco presidido por Paulo Macedo explica que, para facilitar o acesso, as “operações beneficiarão de uma garantia mútua até 80% do montante financiado e a respetiva comissão da garantia será integralmente bonificada”.

Os bancos estão pressionados a facilitar os financiamentos a empresas, para cobrir eventuais necessidades no curto prazo – para que, apesar das quebras de proveitos, possam conseguir pagar salários, por exemplo. Tudo devido às consequências da pandemia de coronavírus declarada pela Organização Mundial de Saúde.

Foi para haver essa facilidade que o Banco Central Europeu ontem decidiu aumentar as operações de liquidez e aliviar as exigências de capital e de liquidez a que têm de responder.

O Governo também anunciou ontem uma flexibilização no lado fiscal, para tirar pressão das empresas no calendário de pagamento de impostos.