Economia

Mário Ferreira torna-se segundo maior acionista da Cofina. Investirá até 20 milhões para ficar com 15%

Empresário ficará apenas com posição inferior a Paulo Fernandes, o atual presidente executivo da dona do Correio da Manhã, que investe também 20 milhões para superar os 20%. Abanca deverá ter 7,6%, se investir os 10 milhões prometidos

Rui Duarte Silva

Mário Ferreira deverá tornar-se o segundo maior acionista da Cofina no âmbito do aumento de capital de 85 milhões de euros que a dona do Correio da Manhã pretende realizar ao longo do próximo mês. O empresário do Norte deverá investir 20 milhões na operação para ter 15%.

A Cofina está a realizar um aumento de capital que visa gerar dinheiro para comprar a Media Capital. Nesse aumento de capital, serão emitidas novas ações. Neste tipo de operações, os acionistas já existentes recebem direitos para poderem subscrever as novas ações. Mas também podem entrar novos acionistas, comprando direitos de subscrição ou as novas ações.

Ora, o empresário da Douro Azul já anda a comprar a atuais acionistas direitos para subscrever as novas ações que serão emitidas. Segundo o compromisso de subscrição que fez, Mário Ferreira, através da sua Pluris Investments, deverá ficar com 15,25% da Cofina após o aumento de capital. Esta é a percentagem projetada pela própria Cofina, no prospeto do aumento de capital que entrou na Comissão do Mercado Valores Mobiliários na segunda-feira, 17 de fevereiro.

O investimento, num montante máximo de 20 milhões, é suficiente para tornar o antigo "tubarão" - nome dos jurados do programa 'Shark Tank' - no segundo maior acionista da empresa no pós-aumento de capital. Não superará, contudo, Paulo Fernandes.

O atual presidente executivo da Cofina, por via da sua Actium Capital, que tem atualmente 13,88%, comprometeu-se a investir o suficiente para deter 20,13% da empresa de media. Serão 20 milhões de euros.

Do atual leque de principais acionistas da Cofina (e excluindo daqui Paulo Fernandes), que têm posições entre 10% e 20%, haverá um comportamento distinto, com subscrições distintas: as posições vão variar entre 6,59%, de Pedro Borges de Oliveira, e 12,01%, de João Borges de Oliveira. A atual maior acionista (com 19,98%), Ana Menéres de Mendonça, ficará com uma posição de 10,84%. Domingos Vieira de Matos passa de 12,09% para 10%.

O espanhol Abanca, que está a comprar o EuroBic, declarou que iria investir o encaixe da venda da sua posição de 5% na Media Capital (cerca de 10 milhões de euros) no aumento de capital da Cofina, o que vai gerar uma posição de 7,6%, segundo os cálculos da própria empresa.

Os acionistas que não têm posição relevante, ou que não são identificados no documento da Cofina, representarão cerca de 17,58% do capital. Aqui estará o Santander Asset Management, que é já acionista da dona do Correio da Manhã, com 2%, e que declarou que pretendia participar na operação, mas sem assumir qualquer compromisso escrito. Também estarão os atuais pequenos acionistas da empresa.

Tudo só se concretizará se o aumento de capital for totalmente subscrito nos 85 milhões de euros.

Diluição de atuais acionistas

Não participando na operação, os atuais acionistas perderão peso no capital da Cofina. Os atuais acionistas precisam de investir para poderem manter as participações relativas. É isso que Paulo Fernandes, por exemplo, se propõe fazer, não só mantendo a sua posição, mas também para superar os 20% da Cofina.

Os acionistas que não fizerem um investimento, irão sentir uma diluição das suas participações. A Cofina dá um exemplo: quem tem 1% do capital, se não subscrever os novos títulos, ficará com uma participação de 0,35%.

A Cofina, que detém publicações como Correio da Manhã, CMTV, Record e Jornal de Negócios, está a realizar a operação de aumento de capital para comprar a Media Capital, dona da TVI, Rádio Comercial e a produtora Plural.