Economia

Abanca acabará com marca EuroBic

Galegos do Abanca prometem, depois da auditoria aprofundada e após autorização do BCE, um “processo de rebranding” no EuroBic semelhante” aos que ocorreram já noutras aquisições do grupo
MARIO CRUZ/LUSA

O Abanca admite que vai acabar com a marca EuroBic quando terminar o processo de aquisição, depois de uma auditoria aprofundada e após a obrigatória autorização do Banco Central Europeu (BCE). Acabará assim uma insígnia que foi criada para responder a um processo judicial.

“O Abanca anunciou o acordo para compra do EuroBic, pelo que é natural que após o processo de due dilligence anunciado, e a seu tempo, exista um processo de rebranding semelhante ao de outras operações corporativas levadas a cabo no passado pelo Abanca”, assume fonte oficial do banco galego em resposta a questões do Expresso.

Esta segunda-feira, o grupo galego detido e presidido pelo espanhol Juan Carlos Escotet anunciou o acordo para a compra de 95% do EuroBic, ficando, entre outros, com as participações de 42,5% de Isabel dos Santos e de 37,5% de Fernando Teles. Não há valores para o negócio, que ainda aguarda a auditoria aprofundada por parte do Abanca, bem como a autorização do supervisor.

Quando a operação terminar, “a seu tempo”, as cerca de 180 agências que atualmente abrem portas sob a designação EuroBic deverão mudar de nome para Abanca, juntando-se aos 70 pontos de venda já existentes. Foi o que aconteceu noutras aquisições: do espanhol Banco Etcheverría, da Popular Servicios Financieros, da unidade portuguesa de clientes particulares do Deutsche Bank e é o que está em curso no Banco Caixa Geral, em Espanha.

Por responder ficaram outras perguntas, desde logo a entidade jurídica que será adotada e de que forma (se por fusão por integração, por exemplo). O Abanca está presente em Portugal através de uma sucursal do banco espanhol, mas o EuroBic é, por sua vez, um banco autónomo com sede em Portugal.

Também não houve resposta do banco espanhol em relação à equipa de administração do EuroBic, liderada por Diogo Barrote e que tem Fernando Teixeira dos Santos como presidente executivo. O mandato terminou no ano passado, pelo que deverá haver, na passagem do primeiro para o segundo trimestre, uma assembleia-geral para a escolha da nova equipa, agora que já há um novo acionista a caminho.

A operação do Abanca em Portugal tem Pedro Pimenta como responsável, ainda que o grupo seja presidido por Juan Carlos Escotet e conte com Francisco Botas como presidente executivo.

Uma marca que teve problemas

Com a compra pelo Abanca, fica aberto o caminho do fim para uma marca que pretendia resolver um problema. A insígnia EuroBic foi criada em 2017 para que o então BIC não se confundisse com o BIG.

O BIG – Banco de Investimento Global exigiu em tribunal em 2013, que lhe deu razão definitiva quatro anos depois, a mudança de marca do concorrente por considerar que causava confusão junto dos clientes. A solução foi a criação da marca EuroBic, ainda que a denominação social tenha continuado a ser BIC, como o congénere angolano.

Quando juntar as agências, o Abanca conseguirá superar as redes do Banco CTT e do Bankinter, ficando com pontos de venda em todos os distritos do país.