Economia

CMVM acusa Ricardo Salgado e quatro ex-administradores de enganar investidores no aumento de capital do BES

O regulador do mercado acusa cinco ex-administradores do BES de terem omitido situação do banco e do Grupo Espírito Santo (GES) quando fez aumento de capital em junho de 2014, antes do colapso do banco, segundo revela esta terça-feira o ECO. Esta é a segunda acusação por parte da CMVM

LUÍS BARRA

Mais de cinco anos depois da derrocada do antigo BES, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) acusa cinco ex-administradores do antigo BES de terem enganado os investidores que acorreram ao aumento de capital do banco em 2014.

São acusados neste processo o ex-presidente do BES, Ricardo Salgado, e os ex-administradores Amílcar Morais Pires, Joaquim Goes, José Manuel Espírito Santo e Rui Silveira, assim como o próprio banco (em liquidação). Podendo, agora, defender-se das acusações de que são alvo nomeadamente por falta de informação ao mercado de várias operações que deviam constar do prospeto, tais como os créditos concedidos pelo então BES Angola, hoje Banco Económico, para os quais foi arranjada uma garantia soberana que caiu, entre outras operações.

O Expresso tentou confirmar esta informação junto da CMVM mas até ao momento não foi possível obter qualquer comentário.

Em causa esteve um aumento de capital de 1045 milhões de euros concluído em junho daquele ano e para o qual, tendo em conta a acusação do regulador presidido por Gabriela Figueiredo Dias, o prospecto não alertava para a verdadeira situação do BES e do GES, em particular a ocultação de dívida de 1,2 mil milhões de euros nas contas da Espírito Santo International (ESI), holding do GES no Luxemburgo.

Primeira acusação ainda sem decisão

Esta é a segunda acusação aos ex-administradores do BES por parte do regulador do mercado. A primeira foi conhecida em 2017 e diz respeito à comercialização de dívida do GES, nomeadamente a venda de papel comercial da Espírito Santo International e da Rio Forte entre 2013 e 2014 no valor de 1,3 mil milhões de euros e 620 milhões, respetivamente, segundo noticiou na altura o Expresso.

Além dos ex-administradores acusados neste processo (Ricardo Salgado, Amílcar Morais Pires, José Manuel Espírito Santo, José Maria Ricciardi, Rui Silveira e Joaquim Goes), estão também acusados outros responsáveis de empresas do grupo.