Donald Trump apelou esta terça-feira em Davos ao otimismo contra os profetas do apocalipse e exultou os outros países a seguirem o "modelo americano" que a sua presidência inaugurou rejeitando as propostas dos "radicais socialistas" .
"Não é altura para pessimismo, mas sim para o otimismo", foi uma das frases chave de Trump esta terça-feira em Davos para uma audiência de governantes e homens de negócio de todo o mundo.
O presidente norte-americano foi o convidado de Klaus Schwab, o fundador em 1971 do Fórum Económico Mundial, para abrir oficialmente a 50ª reunião anual do evento. Trump chegou esta terça-feira a Zurique tendo-se deslocado depois para Davos no Marine One, o helicóptero presidencial, depois de ter faltado ao evento do ano passado.
Schwab agradeceu a Trump o seu regresso "ao palco de Davos" e apoiou a "sua injeção de otimismo" num Fórum em que alguns painéis falam de "como evitar o apocalipse climático" e o impacto da economia digital no futuro do trabalho e do emprego.
A intervenção do presidente norte-americano aconteceu poucas horas depois da ativista Greta Thunberg ter dito aos convivas de Davos que "basicamente não se fez nada" quanto à emergência climática desde que ela pisou o palco do evento no ano passado.
Trump, num discurso de mais de meia hora, elogiou longamente os sucessos dos Estados Unidos na economia nos últimos três anos e exortou os outros países a seguirem o "modelo de comércio internacional para o século XXI, baseado na reciprocidade" que ele inaugurou revendo os acordos anteriores com alguns dos principais parceiros e aliados (Canadá, México e Japão) e conseguindo uma primeira fase de um acordo comercial com a China (assinado com pompa e circunstância na semana passada na Casa Branca).
Referiu que está em finalização um acordo comercial com a Coreia do Sul e que espera conseguir "um grande acordo com o Reino Unido dirigido pelo maravilhoso primeiro-ministro" depois da concretização do Brexit já este final de mês.
Recordou que uma das razões para se ter candidatado à presidência dos EUA foi precisamente para "limpar" a situação dos EUA no comércio internacional.
No mesmo dia em que o Senado em Washington inicia o julgamento do seu impeachment, Trump disse em Davos que "o modelo americano" deve ser seguido no mundo e que aos "radicais socialistas" não se lhes pode permitir "destruir os nossos países".
Trump iniciou a sua intervenção com 17 minutos de atraso sobre o supercronometrado programa do evento, tendo a organização decidido preencher o período de espera com o canto tradicional suíço Le Ranz des Vaches interpretado por um grupo vestido com os trajes tradicionais.