Economia

Lisboa entre as cidades com trânsito mais caótico do mundo

A capital portuguesa surge em 74ª no ranking que coloca Calgary, no Canadá, no topo das melhores cidades para conduzir. São 0,44 carros per capita.

tiago miranda

André Rito

Para quem vive na capital portuguesa, os dados talvez não representem grande novidade. Atravessar diariamente o IC19, em hora de ponta, ou a A5, para chegar à entrada das Amoreiras, ou a Segunda Circular, mais do que uma estatística é um desafio à paciência dos condutores. Lisboa está na 74ª posição no ranking das cidades mais circuláveis. Ou seja, muito para lá da segunda metade da tabela, com uma média de 0,44 carros per capita.

Partindo de um conjunto de dados recolhidos em centenas de cidades do mundo inteiro, o estudo analisa vários parâmetros, como o número de carros, o tempo que os condutores passam ao volante, a qualidade das estradas e dos transportes públicos, a idade dos carros, qualidade do ar, custos de estacionamento, número de acidentes, custos de combustíveis, entre outros, que foram depois agrupados em três secções principais: infraestruturas, segurança e custos.

O estudo é da Mister Auto, marca líder de mercado na venda de peças para automóveis. “Considerando que os condutores passam em média 200 horas por ano ao volante, só nos EUA, decidimos analisar os múltiplos fatores que influenciam os condutores diariamente, das infraestruturas e trânsito, ao comportamento ao volante”, refere a nota introdutória do “The 2019 Driving Cities Index”.

Posicionada em 74ª, à frente de Turim, na Itália, e de Chicago, nos EUA, Lisboa destaca-se pelo número de carros per capita, superior a cidades como Barcelona (0.39), Berlim (0,29) ou Estocolmo (0,24). Atenas, a capital grega, é a que apresenta o maior número de automóveis por habitante: 0,77.

Lisboa fica melhor na segurança

Apesar de colocada quase no fim da tabela geral das cidades mais amigas do automóvel, no que respeita à segurança a capital portuguesa surge em 30º lugar, com uma taxa de acidentes fatais na ordem dos 2,30 por cada 100 mil habitantes. Ulaanbaatar, na Mongólia, é a que pior resultados apresenta neste aspeto (16,50), seguida de Moscovo, na Rússia (23,40), e Karachi, no Paquistão (6,60).

Numa análise generalista aos dados, o estudo mostra que Calgary, no Canadá, é a melhor cidade para se conduzir um automóvel, graças aos baixos congestionamentos e fatalidades, enquanto a cidade de Mumbai, na Índia é a que obteve um desempenho mais baixo em todos os parâmetros.

O estudo faz ainda uma análise aos custos dos combustíveis: Lagos, na Nigéria, é a cidade que tem os preços mais baixos (0,40 dólares/litro), seguida do Dubai (0,59) e de San António (0,64), nos EUA. Lisboa surge entre os últimos 20 lugares da tabela, na 83ª posição, com os preços fixados nos 1,67 dólares/litro. Oslo, a capital da Noruega, é a cidade com os combustíveis mais caros do mundo. Preço: 1,91 dólares/litro.

No que respeita ao estacionamento, o estudo revela que as cidades mais caras são Sidney, na Austrália, onde o preço por duas horas de parque chega aos 39,23 dólares/2 horas, seguida de Nova Iorque (38,54). Lisboa surge a meio da tabela, na 49ª posição, com um preço de estacionamento que ronda os 5,97 dólares/2 horas. No capítulo dos impostos sobre a circulação automóvel, Roterdão é a mais cara, com um preço anual de 578.33 dólares, e Lagos, na Nigéria, a mais barata:13.99 dólares/ano. Lisboa aparece na segunda metade da tabela: 191,86 dólares/ano.