A Sonae fechou os primeiros nove meses do ano com crescimentos de 10% nas vendas (1,67 mil milhões de euros), 24% no EBITDA (402 milhões) e 17,8% nos lucros (131 milhões), anunciou hoje a empresa em comunicado enviado à CMVM - Comissão de Mercado de Valores Mobiliários.
"Este forte nível de crescimento foi sobretudo impulsionado pela Sonae MC, mas também por um conjunto de aquisições realizadas nos últimos 12 meses, em especial a compra da participação de 20% na Sonae Sierra e o investimento, por parte da Sonae MC, numa participação de controlo na Arenal (Espanha). Mas mesmo excluindo estas aquisições, o crescimento do grupo teria atingido os 5% nos primeiros 9 meses do ano", diz a presidente executiva da Sonae SGPS, Cláudia Azevedo, num comunicado sobre os resultados do grupo.
Com a dívida liquida a diminuir 20 milhões em termos homólogos (113 milhões numa base comparável), a Sonae investiu 275 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o que representa mais de um milhão de euros por dia, em aquisições e expansão orgânica, em linha com os valores apresentados no primeiro semestre, e contratou mais mil trabalhadores.
Nos números do terceiro trimestre do ano, a Sonae destaca o facto do resultado líquido atribuível aos acionistas ter saltado dos 24 milhões para os 50 milhões de euros, "traduzindo o crescimento das vendas e da rentabilidade operacional, bem como as mais valias relacionadas com a gestão ativa do portfolio". Se nos primeiros meses do ano os lucros atribuíveis a acionistas caíram de 105 milhões para 88 milhões de euros, isso deve-se essencialmente ao impacto da venda da Outystems e ao facto do grupo ter registado resultados extraordinários de 33 milhões de euros no ano passado que comparam com 4 milhões de euros em 2019.
Por segmentos de negócios, a Sonae MC superou os 3,4 mil milhões de euros de vendas (+9,5%), "reforçando a sua posição de liderança", o que reflete "forte evolução de vendas no parque de lojas comparáveis em todos os segmentos", mas também "o contínuo esforço de expansão, com a abertura de 58 novas lojas operadas pela empresa nos primeiros 9 meses do ano", assim como a aquisição da Arenal.
Na Worten, o volume de negócios do retalho de eletrónica atingiu os 744 milhões, apesar "da evolução negativa das categorias sazonais em agosto, devido sobretudo às temperaturas atipicamente baixas na Ibéria e do programa de ajustamento da operação de Espanha em curso". Já o Marketplace da Worten produziu resultados acima das expetativas, ajudando a impulsionar o crescimento das vendas on line em quase 50% em termos trimestrais, destaca a empresa.
Otimismo para o final do ano
A Sonae Fashion cresceu 8% numa base comparável e vive o seu 5º trimestre consecutivo a ganhar quota de mercado, registando vendas de 282 milhões de euros, com todas as marcas a atingirem "importantes avanços no e-commerce". No caso do Iberian Sports Retail Group o volume de negócios aumentou 15,5% nos últimos 9 meses, para os 501 milhões de euros. Quanto à remodelação do parque de lojas da SportZone em Portugal "os resultados (do novo formto) têm sido muito positivos, com crescimentos a dois dígitos", destaca o grupo Sonae.
O negócio dos centros comerciais, concentrado na Sonae Sierra, cresceu 3,4%, para os 164 milhões de euros, enquanto a Sonae IM, que entrou no capital de seis novas empresas até setembro e reforçou a presença em algumas das unidades que já integravam o seu portfólio, fechou os 9 primeiros meses do ano nos 90 milhões de euros (+35,9%).
A Sonae FS, agora com mais de 820 mil subscritores do Cartão Universo, apresenta um volume de negócios de 27 milhões de euros (+17,7%) e a NOS viu as receitas operacionais crescerem 1,5%, até aos 1,185 milhões de euros.
Na nota final sobre as perspetivas para 2019, Cláudia Azevedo assume um tom otimista e diz: "à medida que o final do ano se aproxima, continuaremos todos focados em executar as estratégias definidas para cada negócio, fazendo de 2019 um ano de sucesso para a Sonae e para todos os nossos stakeholders".