Há mudanças na Global Media, o grupo que detém o Diário de Notícias, o Jornal de Notícias, a TSF e O Jogo. O BCP vendeu a sua participação de 10,5% a dois dos acionistas do grupo, que não identifica, mas que já estavam na estrutura e que são já administradores: o macaense Kevin Ho e José Pedro Soeiro, apurou o Expresso.
“O Millennium bcp alienou a participação de 10,5% que detinha na Global Media Group”, indica em comunicado enviado às redações, que deixa de ter agora qualquer posição no grupo de media.
Não há identificação dos compradores nem de montantes na nota: “A participação do Millennium bcp foi vendida em partes iguais a dois acionistas de referência da Global Media Group. Os valores da transação não são públicos”.
Estrutura fica menos dispersa
O maior acionista é a KNJ, do empresário macaense Kevin Ho, com 30% do capital. Já José Pedro Soeiro, empresário e gestor português, tem uma posição de 19,25% diretamente, e outra participação indireta de 10,5% através da Grandes Notícias (30% no conjunto). Os bancos BCP e Novo Banco ficaram em 2017 com participação de 10,5% cada um. Joaquim Oliveira, da Controlinveste, detém 19,3%.
Entre os acionistas, os mais recentes são Kevin Ho e José Pedro Soeiro, que entraram em 2017, e que serão aqueles que, pelo perfil, teriam mais interesse no reforço acionista. E, apurou o Expresso, são mesmo eles os compradores. Assim, a posição de cada um andará agora a rondar os 35%.
Novo Banco também a vender
Já a Controlinveste tem vindo a reduzir o seu peso, até porque o grupo de Joaquim Oliveira está a enfrentar um elevado nível de endividamento bancário. Também o Novo Banco não tem interesse em crescer nos media - pelo contrário.
Contudo, contactado, o banco liderado por António Ramalho diz que "não comenta negociações em curso". De qualquer forma, a posição vendedora é certa.
Há meses que se antecipava uma mudança acionista na empresa presidida por Daniel Proença de Carvalho, até porque os dois bancos detentores de participações não têm interesse em estar nos media. Aliás, o banco presidido por Miguel Maya refere-o na nota enviada aos media: “Esta transação insere-se na estratégia do banco de sair de setores e negócios não-core, mantendo o seu enfoque na atividade de banca comercial e de relação”.
Com a mudança acionista, poderá haver condições para a anunciada reestruturação pela qual o grupo deverá passar, com saída de pessoal (ainda que as redações já venham registado algumas rescisões por iniciativa dos trabalhadores). Em cima da mesa, como noticiou o Expresso, está um possível despedimento coletivo, mas para o qual não havia dinheiro suficiente.
Nâo foi possível, ainda, obter uma posição da Global Media.
Notícia atualizada às 18.30 com mais informações