Economia

Presidente do Novo Banco admite que bancos vão ter de voltar a cortar custos

Presidente do Novo Banco considerou que há atualmente “intolerância do mercado face a subida das comissões” e que face a essa impossibilidade de cobrar custos “transparentes” terá de se enveredar pela redução dos custos

O banco liderado por António Ramalho concluiu a venda da seguradora GNB Vida com um encaixe de seis milhões de euros.
JOSÉ CARLOS CARVALHO

O presidente do Novo Banco, António Ramalho, disse esta terça-feira que os bancos terão de continuar a reduzir custos e considerou que há uma "intolerância do mercado" para novas subidas nas comissões. "A nossa capacidade de nos reajustarmos sobre custos mais baixos é real", afirmou António Ramalho, na conferência Banca do Futuro, organizada pelo "Jornal de Negócios", em Lisboa, referindo ainda que os bancos deverão "abandonar alguns negócios onde não há rentabilidade suficiente".

O presidente do Novo Banco considerou que há atualmente "intolerância do mercado face a subida das comissões" e que face a essa impossibilidade de cobrar custos "transparentes" terá de se enveredar pela redução dos custos. "Esta subsidiação acabará por impor às instituições financeiras o nome do jogo, que é 'custos'", afirmou.

Segundo noticiou hoje o "El Confidencial", o Novo Banco prepara-se para despedir 66 dos seus trabalhadores em Espanha, o equivalente a 27% dos seus trabalhadores no país vizinho. O jornal espanhol cita fontes financeiras, avançando que o Novo Banco propôs aos sindicatos realizar um "Expediente de Regulácion de Empleo" (ERE), o equivalente a um despedimento coletivo.

Questionado sobre este processo, António Ramalho limitou-se a confirmar a reestruturação da operação em Espanha, mas sem detalhar o processo.

No fim de agosto, o Expresso noticiou que o Novo Banco solicitou e obteve autorização do Ministério do Trabalho para alargar a 310 trabalhadores o limite previsto para rescisões por mútuo acordo entre 8 de agosto de 2019 e 31 de dezembro de 2021, de modo a que beneficiem de subsídio de desemprego quando aceitam rescindir os contratos.

Em reação, a Comissão Nacional de Trabalhadores do Novo Banco estranhou o pedido uma vez que essas rescisões superam os "objetivos impostos" por Bruxelas, considerando que apenas falta, 84 saídas para o banco reduzir o número de trabalhadores para 4.909 até 2021.