Economia

FMI aponta para excedente nas contas portuguesas em 2020

As projeções do Fundo Monetário Internacional para os saldos do orçamento português divulgadas esta quarta-feira por Vítor Gaspar ainda apontam para um excedente de 0,1% do PIB no próximo ano e uma trajetória de subida até 1% daqui a cinco anos. O governo, no projecto de orçamento enviado esta quarta-feira para Bruxelas, abandonou a meta de excedente para 2020

Bloomberg/Getty

Portugal deverá registar um excedente orçamental de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 e alcançar 1% do PIB daqui a cinco anos, já depois de findo o segundo governo do Partido Socialista, segundo as projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgadas esta quarta-feira no Fiscal Monitor (FM).

O relatório apresentado em Washington por Vítor Gaspar, o ex-ministro das Finanças do governo da troika e atual responsável pelo Departamento de Assuntos Orçamentais do Fundo, avança com projeções que se baseiam nas anteriores previsões do governo português. Por isso, o excedente previsto para o próximo ano contrasta com a opção apresentada esta quarta-feira em Bruxelas por Mário Centeno no ‘esboço’ de orçamento para 2020, onde abandona a meta de um excedente ficando apenas pelo equilíbrio orçamental no próximo ano.

E relação às previsões anteriores de Centeno, referindo excedentes de 0,2% em 2020 e de 0,9% e 2021, o Fundo é mais pessimista, apontando para 0,1% e 0,8% respetivamente. Apenas para 2023, o último ano da legislatura, governo e Fundo coincidem, com um excedente de 0,7%.

Quanto à tajetória da dívida pública portuguesa, o Fundo só prevê uma descida para menos de 100% do PIB em 2024. O governo, no Programa de Estabilidade 2019-2023, apresentado em abril, previa alcançar essa meta um ano antes, no final da legislatura.

No 'esboço' enviado esta quarta-feira para Bruxelas, Centeno não atualiza as projeções até àquela data, apresentando apenas as previsões de 119,3% do PIB em 2020 e 116,2% em 2021, níveis superiores aos anteriormente apresentados em abril. As previsões divulgadas esta quarta-feira já têm em conta a revisão das contas nacionais feita pelo Instituto Nacional de Estatística, que levaram a uma subida do rácio em 2018 para 123,6% do PIB, o que condiciona a trajetória seguinte.