Há cerca de um ano, em entrevista ao Expresso, António Costa desafiou os gestores a fazerem uma alteração “radical” nas suas políticas salariais, diminuindo o fosso entre os salários dos gestores de topo e os do restante pessoal. Agora, no programa eleitoral, vai além do repto e garante que tomará medidas para penalizar as empresas onde há maiores disparidades.
Os pormenores finos estão longe de fixados, e em todos os programas eleitorais há medidas que acabam por ficar pelo caminho, mas fonte do gabinete de estudos do PS garante ao Expresso que esta intenção está madura e a medida é mesmo para avançar. Em pinceladas gerais, a ideia é calcular o nível de desigualdade entre os 20% de trabalhadores que mais ganham em Portugal e os 20% que ganham menos, no conjunto da economia. Depois disso, pegar no valor e confrontá-lo com o que acontece em cada empresa e, aquelas que ultrapassem o nível global, enfrentarão um mecanismo de penalização.
A penalização poderá ser modulada em função da dimensão da empresa ou do sector de atividade em que opera, e assumir a forma de uma penalização fiscal (por exemplo, as empresas poderão ver-se impedidas de deduzir como custo fiscal uma determinada percentagem da fatura salarial).