Os principais desafios que as empresas portuguesas continuam a evidenciar em termos de governação e transparência estão relacionados, na ótica de Carlos Gomes da Silva, com a definição de pilares sólidos para o futuro. No fundo, é "ser capaz de garantir uma gestão efetiva e centrada na criação de valor sustentável a longo prazo, com mecanismos adequados à definição estratégica e tomada de decisão a cada nível da organização, e seguindo uma comunicação transparente e eficaz sobre todos os aspetos relevantes para os nossos stakeholders", aponta o CEO da Galp, posição em que se encontra desde 2015 e que já lhe valeu este mesmo prémio pelo seu desempenho em 2017.
Para Carlos Gomes da Silva, "as principais empresas portuguesas cotadas seguem práticas de governação que, de um modo geral, se equiparam com as das suas congéneres internacionais, o que resulta da sua natural exposição ao mercado internacional, quer na sua atuação operacional quer na sua relação com os mercados de capitais." O responsável deixa mesmo o exemplo da sua empresa, em que aproximadamente 60% do capital se encontra "disperso em bolsa", estando "na sua grande maioria detido por instituições internacionais de referência, com sede nas principais praças europeias e norte americanas." Ou seja, "num contexto concorrencial, como o atual, esta presença de investidores institucionais e internacionais só pode ser conseguida se conseguirmos gerar a indispensável confiança na estratégia e no modelo de governo da empresa, mantendo uma atuação consistente e confiável", atira.
"O sucesso das organizações resulta em larga medida da visão empresarial, da estratégia prosseguida e do compromisso com os objetivos perspetivados", sustenta o CEO que em 2018 fez crescer os resultados da empresa, mesmo com o petróleo em queda, tornando, pela primeira vez, a Galp mais lucrativa que a EDP. Carlos Gomes da Silva vê por isso como "indispensável uma cultura de governo societário eficiente, assente em valores e princípios sólidos, implementada através de uma atuação responsável e escrutinada por gate keepers profissionais."
Com olhos colocados firmemente no futuro, e em que vivemos "tempos de transformação", os "stakeholders estão cada vez mais interessados em manter um diálogo estreito com as empresas, com base na transparência, na partilha de informação e na prossecução de objetivos comuns." Nesse caminho, "a tendência é que, a par da execução estratégica e do desempenho operacional e financeiro, haja um maior foco em temas como a inovação, a tecnologia, o bem-estar social, a preservação do ambiente e a transição para uma economia de baixo carbono."
O Investor Relations & Governance Awards (IRGAwards), iniciativa promovida pela Deloitte, chega à sua 32ª edição com duas novas categorias de prémios: o Governance Initiative Award (que distingue melhorias no governo societário) e o Transformation Award (que premeia projetos de transformação nos negócios das empresas). Estes juntam-se aos já existentes Market Development Award e Lifetime Achievement Award e aos galardões para os CEO (presidente executivo), CFO (administrador financeiro) e IRO (Investor Relations) que melhor desenvolveram a sua relação com os investidores no ano anterior, neste caso, em 2018. Clique AQUI para saber mais sobre a distinção