Economia

Motoristas de matérias perigosas em greve de 7 a 22 de setembro

Greve às horas extraordinárias, fins-de-semana e feriados durará duas semanas, até ao arranque da campanha para as eleições legislativas. Sindicato não propõe serviços mínimos

Luís Sousa

O Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) vai avançar com uma nova greve no período de 7 a 22 de setembro, que incidirá apenas sobre as horas extraordinárias e o trabalho aos fins-de-semana e feriados.

O anúncio foi feito esta quarta-feira pelo presidente do SNMMP, Francisco São Bento, em declarações à imprensa, tendo o dirigente sindical informado que a organização não apresentou qualquer proposta de serviços mínimos ao entregar o pré-aviso de greve.

"Vimos através desta greve cirúrgica provar que as empresas funcionam baseadas no trabalho suplementar", declarou Francisco São Bento.

O mesmo responsável assegurou que há no sector registos de trabalhadores que este ano já realizaram mais de 500 horas extraordinárias.

A greve agora anunciada será a terceira que o SNMMP promoverá no espaço de seis meses, depois de uma paralisação de quatro dias em abril que provocou o caos no abastecimento de combustíveis e de uma nova greve na semana passada, iniciada a 12 de agosto e desconvocada no domingo, 18 de agosto.

A greve ao trabalho suplementar acontece como protesto pelo que o SNMMP diz ser uma atitude intransigente da Antram, associação das empresas de transporte de mercadorias, na negociação de um novo contrato coletivo.

Esta terça-feira, SNMMP e Antram tiveram reuniões separadas no Ministério das Infraestruturas, mas o acordo de mediação governamental acabou por não avançar, porque, segundo denunciou a associação patronal, o SNMMP estipulou como pré-condições para a mediação vários compromissos da Antram, entre os quais a fixação de um subsídio de risco para os motoristas de matérias perigosas de 175 euros por mês.

Esse valor fica 50 euros acima do que a Antram já tinha acordado em maio com o SNMMP e confirmado em agosto num memorando de entendimento com a Fectrans, federação sindical afeta à CGTP.