Apesar de ainda não haver fumo branco da cimeira europeia em Bruxelas, as bolsas europeias abriram esta segunda-feira em alta seguindo a tendência de ganhos na Ásia. A nova trégua na guerra comercial acordada por Donald Trump e Xi Jinping no sábado à margem da cimeira do G20 no Japão deu um novo fôlego às bolsas asiáticas e europeias.
O índice Dax de Frankfurt está a ganhar 1,8% liderando as subidas europeias. Em Lisboa, o índice PSI 20 abriu a subir 0,3% mas já sobe mais de 1%. A praça de Nova Iorque, com as duas mais importantes bolsas do mundo, deverá, também, abrir em alta, com os futuros do S&P 500 a ganharem mais de 1%.
No mercado da dívida pública da zona euro, os juros (yields) das obrigações portuguesas abriram a subir a 10 anos, seguindo a tendência registada para as obrigações alemãs, e a descer a 5 anos. A 10 anos, as taxas estão em 0,48%, acima de 0,476% registado no fecho de sexta-feira. O mínimo histórico, neste prazo, foi registado em 26 de junho, com a taxa a descer no mercado secundário para 0,46%. A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública deverá anunciar esta sexta-feira novos leilões de obrigações para o dia 10 de julho, onde o Tesouro poderá vir a pagar novos mínimos.
Ainda sem sucessor de Draghi
A Reuters avançou esta segunda-feira que, devido aos impasses na cimeira europeia sobre os altos cargos da União Europeia, a escolha do sucessor de Mario Draghi à frente do Banco Central Europeu (BCE) poderá ser adiada para setembro.
O presidente francês Emmanuel Macron declarou no domingo à entrada para a cimeira europeia que a designação do presidente do BCE poderia ser deixada para o fim, só depois de acordados os outros postos para presidente (e vice-presidente) da Comissão Europeia e para chefiar o Parlamento Europeu, o Conselho Europeu e o Alto Representante para a Política Externa.
À cabeça da lista de candidatos para o leme do BCE está, agora, o alemão Jens Weidmann, presidente do Bundesbank, mas, este fim de semana, foi avançado o nome de Christine Lagarde, a atual diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, para suceder a Draghi.
Apesar da incerteza sobre quem sucederá ao italiano a 1 de novembro, os mercados não esperam uma alteração da rota do BCE que poderá avançar com novas medidas de estímulos monetários "nas próximas semanas" como antecipou Draghi no Fórum de Sintra em junho. A consultora Capital Economics prevê inclusive que um corte na taxa negativa de remuneração dos depósitos possa ser tomado na reunião de setembro e que um regresso ao programa de compra de dívida seja anunciado na última reunião presidida por Draghi em outubro.