O debate desta manhã no Parlamento era sobre a reforma da supervisão financeira, mas a notícia do jornal “Público desta sexta-feira que indica que Vítor Constâncio deu luz verde a que Joe Berardo investisse no Banco Comercial Português através de um crédito da Caixa Geral de Depósitos foi tema, pela voz de um dos deputados. Mariana Mortágua referiu que é um dos casos que coloca a credibilidade do sistema em causa.
“Não podemos mais ouvir Vítor Constâncio dizer que não se lembra de nada, quando sabemos, meses depois, que conhecia”, afirmou a deputada bloquista no plenário.
Segundo o “Público”, as declarações do ex-governador do Banco de Portugal, e também antigo vice-presidente do Banco Central Europeu, na comissão de inquérito à CGD – onde afirmou que nada sabia sobre o financiamento do banco ao empresário madeirense – são contrariadas por documentação que mostram que a decisão foi levada ao conhecimento – e mereceu aval – do conselho de administração do supervisor, por si liderado em 2007 e 2008, altura da guerra de poder no BCP.
“É isto que coloca em causa a credibilidade do sistema financeiro”, sentenciou a deputada, referindo que a reforma da supervisão, promovida pelo Governo, tem de combater a ideia de que o lugar do governador do Banco de Portugal não pode estar acima de quaisquer críticas.
“Não podemos mais ter Carlos Costa à frente do Banco de Portugal, depois de sucessivas comissões de inquérito terem encontrado falhas graves”, acrescentou ainda a deputada.