O Santander Totta aumentou em 5% o resultado líquido no primeiro trimestre deste ano, situando-se em 137 milhões de euros, anunciou a instituição financeira esta terça-feira, 7 de maio.
No grupo Santander, na Europa, o banco português foi o único em que houve crescimento dos resultados entre Janeiro e Março deste ano. “Portugal é o único país da Europa onde o Santander vê crescer os seus resultados. Mais do que um grande orgulho para o nosso banco, é grande orgulho para o nosso país”, declarou Pedro Castro e Almeida, o presidente executivo do banco (na foto).
A conferência de imprensa de apresentação de resultados realizou-se no Work Café, nas Amoreiras, em Lisboa, o novo formato de balcões da instituição financeira.
Dívida pública sustenta crescimento
A gestão de dívida pública (operações de cobertura) foi um dos grandes responsáveis pelo lucro do banco no primeiro trimestre, compensando a quebra da base de negócio (margem financeira, a diferença entre juros cobrados em créditos e juros pagos em depósitos).
“A margem financeira situou-se nos 215,6 milhões de euros, uma diminuição de 6,7%, resultado da maior pressão concorrencial sobre os preços e da procura moderada de crédito”, explica o banco.
As comissões líquidas aumentaram 1,8% para 95,6 milhões, sendo que os resultados e operações financeiras aumentaram de 6,5 milhões para 50 milhões. Esta rubrica reflectiu a “gestão das carteiras de dívida pública”. É ela que permite que o produto bancário – a soma de todos estes indicadores – avance 11,5% para 352,6 milhões.
Os custos operacionais aumentaram 1,9% para 152,6 milhões, pese embora os encargos com pessoal tenham recuado. A adoção da nova regra de contabilidade (IFRS16) pesou nas amortizações, bem como agravaram-se também os gastos gerais.
A contribuir para a subida dos lucros esteve ainda a rubrica de imparidades e provisões líquidas, que, com o maior peso das reversões, conseguiu ser ainda mais positiva do que no primeiro trimestre de 2018: de 1,8 milhões, passou para 10,5 milhões.
Crédito cai, recursos disparam
Olhando para o balanço, o crédito bruto recuou 2,4% para 40,5 mil milhões de euros, caindo no crédito a empresas (-6%), enquanto o crédito a particulares subiu 0,3%.
O rácio de exposições não produtivas (sob a sigla NPE, non performing exposures), onde está o crédito malparado, fixou-se em 3,8%, abaixo dos 5,4% de março de há um ano, abaixo do limite mínimo exigido.
Já os recursos de clientes avançaram 9,3% para 40,4 mil milhões de euros, com crescimento nos depósitos (8,9%) e nos recursos fora de balanço, como seguros e fundos de investimento (11,9%).
Crédito a habitação sem ir ao banco
O Santander vai lançar uma nova plataforma para financiar a compra de casa tendo o cliente de ir ao banco apenas no momento da escritura.
Segundo a administradora Isabel Guerreiro, "a compra de casa pode ser mais simples, mais fácil e mais rápida". Isto porque o Santander com a nova plataforma vai poder "em 15 dias aprovar e financiar a compra de casa", assim como em "90% dos casos o banco pode ter uma decisão sem ter ainda toda a documentação".