Economia

Caixa fecha 2018 com lucros de €496 milhões

Apesar da quebra da margem financeira, a redução dos custos e a quebra das imparidades permitiram à CGD uma melhoria expressiva dos lucros. Foi o quarto melhor ano de sempre

RODRIGO ANTUNES/Lusa

A Caixa Geral de Depósitos fechou 2018 com um lucro de 496 milhões de euros. Um exercício em que o resultado líquido quase multiplicou por dez face aos 52 milhões alcançados em 2017. “Este é o 4º melhor resultado de sempre da Caixa”, contabilizou José Brito, o administrador com o pelouro financeiro do banco.

A actividade em Portugal contribuiu com 341 milhões de euros para os resultados. A área internacional rendeu 155 milhões, com o BNU de Macau a gerar 62 milhões, acima dos 36 milhões do moçambicano BCI, em que o português BPI é também acionista.

Olhando para os resultados consolidados, a margem financeira do banco público (diferença entre os juros que o banco recebe nos créditos concedidos e os juros que paga nos depósitos) decresceu 2,9% para 1.204,8 milhões de euros. A quebra das moedas angolana e macaense penalizou esta margem, já que a CGD tem presença relevante nas duas geografias.

Já as comissões líquidas, obtidas nos serviços prestados aos clientes, somaram 2% para 474,2 milhões de euros. Ainda no campo dos proveitos, os resultados de operações financeiras, sem o efeito positivo dos “swaps” de taxas de juro de 2017, afundaram 85% para se situarem nos 31,7 milhões.

Assim, o produto bancário da CGD caiu 11,4% para 1.785,8 milhões de euros no ano passado. A compensar esta quebra do produto esteve o deslize dos custos de estrutura, na ordem dos 9,3%, para 1.000,9 milhões de euros, ajudado pela redução de pessoal e da rede de agências.

Imparidades afundam

“No período de janeiro a dezembro de 2018 foram contabilizadas nas contas da actividade consolidada imparidades para crédito, líquidas de recuperações, no valor de 119,5 milhões de euros”, aponta ainda o comunicado de resultados da instituição.

No entanto, houve um deslize nas outras provisões, algumas delas alvo de reversões (como o caso das provisões constituídas para a redução de pessoal, que passaram a custos assumidos). No seu todo, a rubrica de imparidades e provisões – que corresponde, em sentido lato, a dinheiro colocado de lado tendo em conta eventuais custos ou perdas futuros – afundaram 95,1% para 35,7 milhões de euros.

Em termos de ativos problemáticos, os chamados ativos não produtivos (NPE, na sigla inglesa) representaram, no final do ano passado, 6,6%, abaixo dos 9,3% do ano anterior.