ARQUIVO Portugal no Mundial de Râguebi

Tropa, polícia e Governo com os Lobos

Fuzileiros e membros do Governo vieram a Toulouse apoiar a equipa portuguesa. Até o responsável francês pela segurança da equipa vestia a camisola da selecção.

Rui Cardoso, enviado a França

A poucas horas do início do jogo decisivo com a Roménia, a selecção portuguesa de râguebi conseguiu congregar o mais inesperado conjunto de apoios que se possa imaginar. Isto, claro, para além dos fãs que convergiram em grande número para Toulouse, vindos da própria cidade (onde estão radicados), de Bordéus (com numerosa comunidade lusa) ou de Portugal.

Quatro oficiais e dois cabos do Corpo de Fuzileiros vieram ao hotel onde os Lobos estão alojados dar-lhes um abraço e transmitir-lhes força. São, nem mais nem menos, que alguns dos instrutores que, em Julho, acompanharam o estágio da selecção em Vale de Zebro (Barreiro). Observando pela televisão a forma como os pupilos de Tomaz Morais se têm comportado dentro e fora de campo, aqueles militares manifestaram aos jornalistas a sua convicção de que "a passagem pelos Fuzileiros produziu efeito". Curiosamente, num dos últimos exercícios do estágio haviam encenado duas situações que, afinal, se acabaram por tornar realidade: as ausências forçadas do capitão da equipa (Vasco Uva está lesionado) e do seleccionador (Tomaz Morais deslocou-se a Lisboa após os jogos com a Escócia e a Nova Zelândia devido a um grave problema de saúde de um familiar próximo).

À porta do hotel, o responsável da polícia francesa, antigo jogador de râguebi, que tem comandado a segurança da selecção, envergava a camisola da equipa portuguesa e dizia sorridente: "se precisarem de mais um pilar, cá estou eu..." Nessa mesma altura chegavam do aeroporto dois membros do Governo, vindos propositadamente para o jogo: o ministro da Presidência Pedro Silva Pereira e o secretário de Estado dos Desportos, Laurentino Dias. Em declarações aos jornalistas Silva Pereira anunciou que os apoios ao râguebi, seja na vertente da alta competição, seja na da divulgação da modalidade "vão ser reforçados". Referindo-se ao almoço com os jogadores que se ia seguir, declarou: "Vou dizer-lhes que o país está com eles e que, quando cantam o hino, têm lá em casa muitos compatriotas a fazer o mesmo".