O risco de recessão da economia americana é agora de 48%, segundo a economista Marcelle Chauvet, que dirige o Center for Research and Financial Cycles da Universidade da Califórnia em Riverside.
O dado macroeconómico que fez disparar o alerta foi a divulgação ontem (18/03) pela Reserva Federal (FED) da queda, pela primeira vez, da produção industrial americana em 0,5% em Fevereiro. Este número vermelho ficou ofuscado pelo anúncio de novo corte das taxas de juro pela FED.
Depois de um salto de probabilidade de recessão de 27,1% em Dezembro de 2007 para 40,2% em Janeiro deste ano, este barómetro dá a primeira indicação de que a economia americana poderá ter entrado, finalmente, no vermelho no mês de Fevereiro.
Ou seja, quando se apurarem, em Abril ou Maio, os dados do crescimento do produto interno bruto americano para o primeiro trimestre de 2008 poderá verificar-se que em Fevereiro ele começou a encolher, a crescer negativamente. Se esse decréscimo se mantiver nos próximos meses, os economistas considerarão, tecnicamente, que a economia entrou em recessão.
Ontem foram, também, divulgadas sondagens que dão conta do clima negativista predominante entre os cidadãos americanos. A confiança chegou ao ponto zero - 76% dos entrevistados numa sondagem Gallup consideram que a economia já entrou em recessão, e 59% acham que esta situação poderá até durar anos.
No mesmo sentido, uma sondagem da CNN apontava para 74% de vozes negativas. Ainda que esta percepção da população não seja indicador objectivo de que uma economia tenha quebrado, é encarada como um sintoma de doença grave.