Ahmed Shafik, ex-primeiro-ministro do antigo regime egípcio, acusado esta semana por corrupção, saiu do Cairo na madrugada da passada terça-feira, alegadamente para realizar uma peregrinação religiosa na Arábia Saudita. A súbita viagem do candidato derrotado nas eleições presidenciais ocorreu um dia depois de um procurador apresentar a um juiz de instrução processos que deverão levar Ahmed hafik ao banco dos réus por diversas fraudes.

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De acordo com a Mena, agência estatal de notícias, Ahmed Shafik viajou sozinho. No entanto, autoridades do aeroporto do Cairo asseguram que estava acompanhado pelas duas filhas e três netos. O ex-primeiro-ministro de Hosni Mubarak e família embarcaram num avião de uma empresa aérea dos Emirados Árabes Unidos. 

De acordo com uma fonte citada pela agência Reuters, o ex-chefe do serviço secreto de Mubarak, Omar Suleiman, que foi afastado da corrida presidencial deste ano, está também em Abu Dhabi, com a família.

Viagem anunciada no Facebook

Num comunicado publicado na página oficial da candidatura de Shafik no Facebook, os responsáveis pela sua campanha eleitoral escreveram que "Ahmed Shafik deixou o país na madrugada de hoje em direção a Abu Dhabi e, de lá, viajará às terras sagradas da Arábia Saudita para realizar a Omra (peregrinação), antes de retornar à sua terra-natal, o Egito".

De acordo com uma fonte judicial, entre 2002 e 2011 Ahmed Shafik envolveu-se em negócios ilícitos de venda de terras e outras fraudes. Os crimes terão sido praticados quando era ministro da Aviação Civil. 

O ex-primeiro-ministro é um dos vários membros do antigo regime egípcio a enfrentar acusações na Justiça.