Nasceu em Nápoles há 39 anos, cresceu no estado de Nova Iorque, em Long Island, e vive há dez anos em Portugal. Guerrieri, o único nome pelo qual gosta de ser conhecido, define-se como um "italisbonyorker". E é isso mesmo que a sua cozinha reflecte: a alegria da gastronomia italiana, com uma pitada aqui e ali de sabores portugueses e a liberdade nova-iorquina para arriscar novas receitas. Com três restaurantes reunidos numa única rua lisboeta, a Artilharia Um, e um quarto no Palácio Sotto Mayor, perto do Saldanha, Guerrieri propõe três tipos de comida.
No Mezzaluna, o mais antigo e afamado, o forte são as entradas e as massas italianas, embora com algumas surpresas, como uma farinheira casada com queijo mozarela. No restaurante La Brus'K'etta, a típica bruschetta italiana dá lugar à bruschetta italo-portuguesa. Mas a menina dos olhos do chefe Guerrieri, neste momento, é o City Sandwich, um sítio de "sandes 'gourmet' personalizadas, a um preço acessível e para quem não tem tempo de comer de garfo e faca". O primeiro espaço com este nome abriu em 2005; este ano, deverá abrir o terceiro, o quarto e talvez o quinto City Sandwich de Lisboa. Com este projecto, pelo qual tem "um carinho especial", Guerrieri quer "inspirar as novas gerações", mostrando-lhes que é possível pegar nalguns ingredientes tradicionais portugueses e fazer sandes "sem maionese, sem molhos gordurosos, nem restos de frango empastados".
Tal como se pode confeccionar uma sandes com carpaccio de torresmos, cebola, tomate e queijo de Nisa, também se pode usar o típico queijo transmontano Terrincho para cobrir um risoto de açafrão ou rechear um maracujá, as duas sugestões do chefe para esta edição. Ambas as receitas são fáceis de executar, como aliás todas as que Guerrieri apresentará nas próximas quatro semanas, e foram propositadamente criadas para os leitores do "Expresso".