Segundo o relatório divulgado hoje pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM), agência da ONU, a concentração mundial de dióxido de carbono na atmosfera teve um aumento recorde em 2012, contribuindo em larga escala para a aceleração das alterações climatéricas.

No documento pode ler-se que a concentração de CO2 (gás nocivo e principal responsável pelo efeito de estufa) medida no ano passado atingiu o valor de 393,1 partes por milhão (ppm), mais 2,2 ppm do que em 2011.

Este valor suplanta em muito os 350 ppm, que muitos cientistas e grupos ambientalistas dizem ser o limite aceitável para a segurança das populações.

De acordo com a OMM, a concentração de gases como o CO2, o metano e o óxido nitroso, teve um aumento de 32% entre 1990 e 2012, resultando daí as grandes alterações climatéricas que se têm verificado ao longo dos anos.

Baseando-se nestes resultados, a organização defende que em 2016 é esperada uma concentração de CO2 na atmosfera de 400 ppm, valor já atingido em algumas das suas estações de medição, em 2012 e 2013. 

"Desde o início da era industrial, em 1750, a média da concentração atmosférica mundial de CO2 aumentou 41%, a de metano 160% e a de óxido nitroso 20%", refere o relatório.

O secretário-geral da Organização Mundial de Meteorologia, Michel Jarraud, alerta para a necessidade de reduzir "de forma substancial e sustentável" as emissões de gases de efeito de estufa. Caso isso não aconteça, "no final deste século as temperaturas médias anuais podem aumentar 4,6 graus ou mais, em algumas partes do mundo, o que pode ter consequências devastadoras", afirmou.

De acordo com o painel intergovernamental para as alterações climáticas - incorporado na OMM -, vencedor de um Nobel da Paz em 2007, a fome, a pobreza, as inundações e as secas, as vagas de calor, as guerras e as doenças, podem piorar se a temperatura na Terra continuar a aumentar.