É uma vista comum nas cidades: um homem prostrado, deitado num banco. Este é de mármore e urina continuamente uma água límpida que cai sobre a rocha. Um casal canadiano fita a escultura centrada na pérgola do roseiral do Parque de Serralves. “Qual é o artista? Não tem nenhum letreiro”, perguntam, baralhados, ao minguante grupo de imprensa que ali terminava a visita guiada. É Philippe Vergne (que os inquiridores não sabem ainda ser o diretor do Museu) quem prontamente lhes responde que a exposição está nos retoques finais, pois inaugura nesta primeira quinta-feira de julho. Informa-os que são os primeiros, além dos jornalistas, a conhecer uma amostra da grande mostra de Maurizio Cattelan na Fundação. O turista dá-lhe um caderno para a mão. “Pode escrever o nome? É-me familiar, mas…” Vergne desenha as letras e acrescenta uma banana rasurada com um bloco a preto. “É capaz de o conhecer por isto”.
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Subversão, humor e uma banana milionária: o cocktail amargo de Maurizio Catellan serve-se em Serralves até janeiro
A Casa e o Parque de Serralves recebem “Sussurro”, uma generosa retrospetiva da carreira do irreverente artista italiano, incluindo a controversa Comedian, a famosa obra que mostra uma banana fixa à parede com fita adesiva. Para Philippe Vergne, trata-se da Mona Lisa do século XXI