Na tarde de 25 de março, a um mês de distância dos 50 anos do 25 de Abril de 1974, os estudantes de seis escolas secundárias do concelho de Grândola reuniram-se para ouvir a história de um grupo de 151 miúdos da idade deles que foram presos por fazerem uma reunião em Lisboa, no Hospital de Santa Maria. Por muito mirabolante que o relato dessa detenção possa soar aos estudantes do ensino secundário do concelho de Grândola, os factos são todos verdadeiros e podem ser relatados por (pelo menos) um dos autores do livro “A Urgência da Palavra Impressa. A imprensa dos «intrépidos adolescentes» contra a ditadura (1970-1974)”, escrito por Rui Gomes e Jorge Ramos do Ó. A história que o livro relata é o tema do colóquio que antecede a inauguração da exposição “Há Sempre Alguém que Diz Não”, que conta a história da revolta desses estudantes liceais, e está patente ao público na sala de exposições da Biblioteca e Arquivo Municipal de Grândola até final de abril.
A mostra “reúne o corpo base da exposição que esteve na Torre do Tombo e faz parte das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, em Grândola. Também é uma maneira de mostrar o papel do MAAESL (Movimento Associativo dos Estudantes do Ensino Secundário de Lisboa) na defesa da liberdade e no combate à ditadura”, explica ao Expresso, Alcides Bizarro, que trabalha no sector cultural da autarquia alentejana.