Exclusivo

Cultura

“Solaris”, no centenário de Stanisław Lem. Por Pedro Mexia

Reedita-se um prodígio da ficção científica, a obra que consagrou um autor. “Solaris”, que Stanisław Lem escreveu em 1961, teve duas adaptações ao cinema e continua a ser um livro de culto

Nascido na actual Lviv e falecido em Cracóvia, Stanisław Lem estreou-se como poeta, mas foi na ficção científica que se destacou. Dos seus quase 30 livros, este é o primeiro a ter tradução directa do polaco para português
Konrad Giehr/Getty Images

Em 1976, a associação de escritores americanos de ficção científica e fantasia retirou a Stanisław Lem (1921-2006) o título de membro honorário que lhe havia concedido, uma decisão “técnica” que o próprio atribuiu ao facto de ter posto em causa a qualidade da ficção científica (FC) que se publicava nos Estados Unidos. Em boa verdade, Lem tinha acusado quase toda a FC contemporânea de ser medíocre, teoricamente incipiente, formatada, trivial. O caso americano parecia-lhe mais grave, sobretudo em termos de escala. Elogiava, é certo, Philip K. Dick, “um visionário entre os charlatães”, mas ainda assim com reservas. Para o escritor polaco, as possibilidades especulativas, estruturais e cosmológicas da FC continuavam a ser desbaratadas. De tal modo que intitulou um ensaio de 1972, mais tarde coligido no volume “Micromundos” (1984), “Ficção científica: um caso perdido — com excepções”.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.