Cultura

“Very Nice!”: Cazaquistão usa frase de Borat para promover turismo  

“Kazakhstan. Very Nice!”. Depois de em 2006 ter banido o primeiro filme, protagonizado por Sacha Baron Cohen, alegando que o mesmo passava uma imagem negativa e errada do país, o lançamento da sequela fez com que o governo cazaque mudasse de postura e usasse o mediatismo de “Borat” para promover o turismo local

Sacha Baron Cohen regressa ao papel de Borat Sagdiyev 14 anos depois
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Sacha Baron Cohen é um britânico de 49 anos, mas tornou-se no cazaque mais popular em todo o mundo, ao vestir a pele de Borat Sagdiyev. Apesar de globalmente conhecido, o governo do Cazaquistão não achou muita piada ao primeiro filme do humorista, proibindo a exibição por considerar que passava uma imagem negativa e errada da cultura nacional. Agora, com o lançamento da sequela, a postura mudou radicalmente e uma das frases mais célebres da personagem satírica virou slogan para uma campanha que visa promover o turismo do país: “Kazakhstan. Very Nice!”

O primeiro filme de “Borat” retratava o Cazaquistão como um lugar onde predominava a homofobia e o antisemitismo, onde as mulheres eram mantidas em jaulas e a prostituição era a principal indústria do ainda jovem país, nascido após a dissolução da União Soviética. Como tal, foi localmente recebido como um insulto, tendo também visto a sua exibição proibida na Rússia.

“Isto é uma comédia. O Cazaquistão do filme não tem nada a ver com o do mundo real”, esclareceu o próprio ator Sacha Baron Cohen. “Escolhi o Cazaquistão porque era um lugar que quase ninguém nos EUA conhecia, o que nos permitiu criar um mundo selvagem, cómico e falso. O Cazaquistão real é um belo país, com uma sociedade orgulhosa e moderna — o oposto da versão de Borat”, salientou.

Catorze anos volvidos, chegou na passada sexta-feira o lançamento do segundo filme que acompanha o regresso do repórter cazaque aos Estados Unidos, para mais uma odisseia recheada de peripécias.

E aquilo que inicialmente se estranha, parece agora ter-se entranhado. A pedido de vários fãs, o Turismo do Cazaquistão acabou mesmo por usar a seu favor o mediatismo de Borat.

“Em tempos de pandemia, em que o turismo está parado, foi bem ver o filme mencionado na comunicação social. Não da melhor forma, mas é bom aparecer”, admitiu Kairat Sadvakassov, um dos responsáveis do Turismo do Cazaquistão, para quem o slogan de Borat “oferece a descrição perfeita do vasto potencial turístico do Cazaquistão de uma forma breve e memorável”.

“Queremos que toda a gente venha experienciar o Cazaquistão visitando-nos em 2021 e nos anos seguintes, para verem que a terra do Borat é melhor do que aquilo que já podem ter ouvido”, frisou Sadvakassov.