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Cinema em agonia com covid-19. Salas fechadas, estreias em suspenso, filmagens paradas

Uma parte do negócio do cinema vira-se para o streaming, mas é pequena a mitigação para uma crise de que ninguém sabe quando e como vamos sair. Quando voltamos a fazer filmes?

O novo filme da saga “007” devia chegar às salas este mês, mas a estreia foi adiada. Daniel Craig só vai despedir-se do papel de James Bond em novembro
Nicola Dove/DANJAQ/MGM

O primeiro a reagir foi James Bond, ou não fosse ele um senhor habituado a lidar com todos os obstáculos, embora uma coisa como esta crise que nos confina em casa para que a covid-19 não nos entre corpo adentro nem o sagaz 007 podia prever. De qualquer modo, “007: Sem Tempo para Morrer” que devia chegar às salas de todo o mundo este mês, logo nos primeiros dias de março adiou a estreia para novembro, ainda as salas não tinham conhecido o desligamento total, mas já com essa hipótese no horizonte provável.

Entretanto, com a crise sanitária a galopar, a suspensão das estreias tornou-se geral, criando um cenário muito complicado para o conjunto da indústria. No caso americano — que acaba por moldar os calendários da distribuição/exibição em todo o mundo — ainda ninguém sabe muito bem o que vai acontecer. É preciso lembrar que os chamados ‘tentpoles’, as grandes produções que asseguram a maior parte das receitas de bilheteira e que são essenciais para a saúde financeira de toda a cadeia cinematográfica (produção-distribuição-exibição) ocupam um número muito grande de salas em simultâneo pelo que o seu posicionamento no calendário resulta de um jogo complexo. Para que não haja falta de salas para um determinado filme ou cavalgamentos prejudiciais para todos, a marcação de datas ocorre com muitos meses de distância, às vezes anos. Para além do novo 007, que conseguiu uma ‘janela’ para novembro, o único adiamento com data fixada é o de “Velocidade Furiosa 9”, que deveria estrear a 22 de maio e que marcou a estreia para 2 de abril de 2021 —, e só o fez porque essa era a data decidida com os exibidores americanos para o 10º filme da série. Outros grandes lançamentos que se supunha acontecerem nas próximas semanas, como “Mulan”, “Black Widow” e “The New Mutants” — todos com a bandeira da Disney — estão sem data definida e constituem um grande problema para os gestores que também não podem pôr em risco outros filmes das mesmas companhias agendados para o resto do ano.

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