Pablo Emilio Escobar Gaviria era um rapaz de poucas posses, mas foi subindo a pulso e a vida começou a correr-lhe de feição. Sim, tudo corria bem (embora fossem vários os esquemas em que se metia para conseguir arrecadar cada vez mais dinheiro). Se o contrabando era lucrativo, o tráfico era autêntico ouro. A cocaína, pó branco que passou a traficar, revolucionou todo o negócio de Escobar e fez dele um dos homens mais ricos do planeta.
Nesta altura, entre os anos 1980 e 1990, a droga mudou tudo o que até aí se conhecia e até a forma como os Estados Unidos olhavam para a Colômbia se alterou. "Narcos" mudou outra coisa, não menos importante: a forma como vemos um biopic (género por vezes menosprezado no universo das séries).
Esta é a soma de todas as partes boas, com a assinatura de José Padilha e a interpretação de Wagner Moura a completarem a receita. Foi por entre as linhas da lei e com as linhas de coca que os 'gringos' consumiam que o império do cartel mais poderoso do mundo cresceu e que o pequeno negociante se fez magnata (com tanto dinheiro que nem seria capaz de o contar).
UM ÚNICO DEFEITO
Se a verdadeira persona é colombiana, o ator escolhido para interpretar Escobar veio do Brasil. Nos primeiros episódios percebemos que o sotaque de Wagner Moura não é perfeito, mas nada que a restante interpretação não disfarce. A dificuldade do desafio era grande, mas o ator brasileiro esteve à altura. Moura engordou, ganhou tiques conhecidos do magnata da droga e até aprendeu a andar como ele.
A primeira temporada de "Narcos" estreou este ano no Netflix e espera-se que a segunda chegue no próximo ano. Sim, espera-se ansiosamente, porque os 10 primeiros episódios são tão viciantes que se torna impossível não ter uma (ligeira) ressaca quando a série chega ao fim.