Carta Elétrica

Como a eletrificação das frotas das empresas é essencial no combate às emissões de CO2

No último debate do projeto Carta Elétrica, uma parceria do Expresso com a EDP, será a vez de discutir como estão as empresas nacionais a preparar a transição das suas frotas para soluções elétricas

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Se anda de carro durante o dia, e não só de manhã e à noite quando regressa a casa, de certeza que já reparou em carros e pequenas carrinhas dos CTT que são 100% elétricas. Até bicicletas. No total, são já 336 elétricos e híbridos de todos os tipos e, em breve, chegam “mais 73, em resultado da recente ronda de aquisição de veículos operacionais para a função de distribuição”, diz fonte da empresa ao Expresso. Os CTT foram uma das primeiras empresas do país a começar a eletrificar a sua frota, logo em 2012, mas nos últimos anos foram muitas a fazer o mesmo, como o Montepio, Delta Cafés, Santander, Navigator, EDP ou Nestlé. A EDP, por exemplo, iniciou a transformação da sua frota em 2019 e hoje já conta com 300 carros elétricos e híbridos plug-in e 650 pontos de carregamento espalhados por todas as instalações da empresa em Portugal. Já a Nestlé, começou este ano. Em abril chegaram os primeiros 10 carros e até ao final do ano chegam mais 49. Além disso, vai instalar 72 postos de carregamento em todas as instalações em Portugal e ilhas.

Mas isto é só o começo. Os objetivos são muito mais ambiciosos. A EDP quer ter 100% da sua frota mundial de ligeiros totalmente elétrica em 2030, sendo que, só em Portugal são 2000 carros. A Nestlé planeia ter todos os seus 465 carros elétricos em 2024. E os CTT, que têm uma frota de 3.925 de viaturas, estão agora apostar, principalmente, na “eletrificação da frota para a distribuição da última milha”, ou seja, aquela que circula mais tempo dentro das cidades e contribui para o aumento das emissões.

“As empresas precisam de saber qual o tipo de carro mais indicado para as deslocações que fazem”, diz Henrique Sanchéz

A relevância do contributo das empresas para a transição energética e para a redução das emissões vem precisamente daqui. “Há empresas com carros que andam o dia inteiro de um lado para outro” e, por isso, “quanto mais empresas apostarem em frotas elétricas, mais depressa cresce a eletrificação da mobilidade e menos emissões de CO2 haverá no ar”, diz ao Expresso, o presidente da Associação dos Utilizadores de Veículos Elétricos (UVE), Henrique Sanchéz.

Contudo, há obstáculos a superar. O investimento é um deles porque além da compra dos carros, as empresas instalam postos de carregamento. A EDP, que está no negócio de instalação de postos para outras empresas, conta que tem recebido muitos pedidos, até para empresas que querem instalar postos de carregamento para uso público, como os restaurantes McDonald’s e Ibersol; os hotéis Vila Galé e Pestana; os parques de estacionamento SABA ou o Sporting e o Benfica. No total, diz, já colocou mais de 400 postos, a que equivalem “mais de 800 pontos de carregamento”.

Outro obstáculo é o tempo. “É importante lembrar que este não é um processo imediato, uma vez que o tempo de vida útil de um veículo já adquirido pode ser de mais do que uma década”, explica fonte oficial da EDP. Nos CTT isso já é uma realidade no que respeita à substituição dos carros que são disponibilizados aos colaboradores como complemento do ordenado, pelo que a estratégia é que “toda essa frota venha a ser substituída por frota elétrica à medida que se renova”.

Há empresas que instalam postos de carregamento nas casas de alguns colaboradores e que fornecem os cartões para pagar os carregamentos

E há ainda um entrave que é a falta de soluções tecnológicas acessíveis, nomeadamente para os pesados de mercadorias. O grande objetivo dos CTT, diz a empresa, é converter os veículos pesados que integram a sua frota, mas “para este segmento é ainda prematuro” apontar uma data porque é “um mercado que terá de evoluir”.

É precisamente por isso, por serem tecnologias pouco maduras e caras, que a Barraqueiro considera que “esta reconversão está fortemente dependente de apoios financeiros do governo português e da União Europeia, que, até ao presente, têm sido insuficientes”. Ainda assim, os objetivos estão traçados e há esforços para isso. Com 1800 autocarros, “os objetivos do grupo Barraqueiro, no que diz respeito à estratégia de descarbonização, apontam para atingir 260 autocarros de tecnologia limpa até 2026”, diz o administrador Luís Cabaço Martins.

Carta Elétrica | O que se segue para as empresas

O que é?

É o último debate do projeto Carta Elétrica que o Expresso e a SIC Notícias em parceria com a EDP e a UVE estão a promover até dezembro. Neste encontro falar-se-á de como as empresas estão fazer a transição energética das suas frotas.

Quando, onde e a que horas?

Dia 24 de novembro, quarta-feira, às 11h00 no edifício da Impresa, em Paço de Arcos. Também será transmitido no Facebook do Expresso à mesma hora.

Quem vai estar presente?

  • Gonçalo Castelo Branco, diretor de Mobilidade Inteligente da EDP Comercial
  • Luís Cabaço Martins, administrador do grupo Barraqueiro
  • Nuno Silva, gestor das vendas para frotas da Volvo Car Portugal
  • Roberto Fonseca, diretor-geral da Arval Portugal

Porque é que este debate é central?

Os carros das empresas são os que mais circulam durante o dia e, por isso, os que mais emitem CO2. É por isso crucial que renovem e electrifiquem as suas frotas.

Onde posso ver o debate?

Simples, clique AQUI