Desde o governo anterior que se tenta uma autêntica revolução no sector portuário. A estiva é das atividades mais reguladas e tem uma tradição sindical forte. O objetivo tem sido aplicar ali o mesmo que se tem conseguido no resto da sociedade: precariedade absoluta, redução drástica de custos de trabalho e de formação, diminuir a capacidade reivindicativa dos estivadores até conseguir atingir níveis de desproteção semelhantes aos que temos, por exemplo, na construção civil.
A exigência dos estivadores é simples: que haja um contrato coletivo de trabalho. As empresas do porto preferem, como é evidente, o trabalho precário. Mandava o anterior contrato, que entretanto não está em vigor, que os estivadores não podiam trabalhar mais do que 250 horas extra, por ano. Há estivadores que trabalham quase 200 horas extra por mês. Ao contrário do que se diz, os estivadores querem mais gente a trabalhar no porto (protestaram contra o despedimento de 50 trabalhadores, em outubro). O que não querem, e é natural que não o queiram, é o esquema encontrado pelos seus patrões, que passou por eles próprios criarem uma empresa ao lado (a Porlis), que fizesse concorrência à original (a ETP) de forma a criar um sistema paralelo, com regras laborais e vencimentos diferentes, que subsitua o primeiro. Porque isto não é concorrência entre empresas, como e evidente. O que não querem é que se generalize o que foi feito do Porto de Leixões, onde, depois de um acordo, o salários-base caiu para cerca de metade e a precariedade tornou-se a regra.
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