Matar a Carmen não é uma solução para o Paulo e o escritor já o suspeitava, na verdade sabia-o, mas gostou de o ver ficar direito, empertigado, a cara de escândalo, a missão falhada:
“Ó por favor, deixe-me morrer, por favor, no lugar de todos.”
O escritor apreciou o pânico da personagem Paulo, psicólogo ficcional, futuro amante de Carmen. Espera, amante? Eis outra ideia. Entusiasmado, levanta-se de novo, abandonando a poltrona mais velha do planeta (e cara, design italiano, importada, está-se a ver), e gesticula, gesticula como um maestro com a sua batuta (sim, aquele pauzinho chama-se batuta).
(Fictiongram é uma ficção iniciada no Expresso Diário no dia 1 de Julho de 2015)