A PSP face aos protestos pacíficos de estudantes contra a integração da escola Alberto Sampaio, em Braga, num "mega-agrupamento" com a escola de Nogueiró, resolveu utilizar um condimento de boa memória, o gás pimenta.
Os estudantes, como é costume, são uns bandidos, uns facínoras, uns fora-da-lei. Têm idades próprias, entre os 12 e os 15 anos, para se transformarem em delinquentes de elevada perigosidade.
Receberam o tratamento pedagógico adequado. Uma carga de porrada, perdão, uma carga policial gourmet à base de gás pimenta laranja.
Uns ficaram com os olhos inchados (coisa que também acontece quando passam muitas horas a jogar no computador), outros com a boca a arder (normal quando comem hamburguers com piri-piri em vez de pimenta preta), entre agressões e violência paga, sim porque a polícia não trabalha de borla.
Seis dos imberbes alunos receberam assistência médica, dois dos quais no hospital, o que significa que o Serviço Nacional de Saúde ainda não foi destruído, está bem, e recomenda-se.
Dois dos estudantes já tiveram alta. Portanto as notas não deviam ser baixas. Têm de ser acompanhados em casa, provavelmente porque viviam sozinhos. Ou então vão receber aulas de reforço, policial, entenda-se.
O ministro, que está cada vez mais autocrato, deve ter ordenado e elogiado a dinâmica do mega-agrupamento policial. É uma inovação pedagógica para escolas do ensino básico e que muito enobrece a sua acção educativa.
O comando nacional da PSP, que não sabemos se agora é tutelado pelo Ministério da Educação e Ciência, admitiu a utilização do gás pimenta laranja para evitar uma operação "mais musculada". Obviamente desnecessária porque a musculatura dos agentes não está flácida.
A polícia refina-se. Tem experiência e um passado impoluto e musculado sob o Estado Novo. Agora, no Estado novo a que isto chegou, outros corpos policiais se fossem reactivados talvez a violência fosse menos espampanante, mais discreta e silenciosa. A Legião Portuguesa, por exemplo, sabia dispersar com muita competência ajuntamentos inconvenientes da oposição com garrafinhas de mau-cheiro!
E que tal obrigar estes putos reguilas a andarem fardados e a esticar o braço ao presidente do conselho. Já faltou mais. Mas parece haver muitas saudades desse tempo nesta governança autoritária e violenta...