Os factos são estes. Os resultados eleitorais na Grécia significam que os partidos favoráveis à austeridade não têm apoio parlamentar nem autoridade moral para governar. Os pedidos de Atenas para que as condições impostas para o resgate sejam suavizadas foram liminarmente rejeitados pelo Fundo Monetário Internacional, pelo Banco Central Europeu e pela Comissão Europeia.
O impasse político na Grécia desembocará provavelmente em novas eleições gerais, no próximo mês. Angela Merkel deixa claro que a próxima prestação de dinheiro para manter a solvência dos bancos e do Estado grego só será entregue se a austeridade for integralmente cumprida. As pressões sobre a moeda única tornam-se intoleráveis; a Grécia sai do euro e entra em incumprimento, dando assim início a um processo em que a união monetária se desagrega.
Como sublinha Tristan Cooper, analista de dívida soberana na sociedade Fidelity Worldwide Investment: "A força irresistível da austeridade alemã entrou em choque com o objeto inamovível da resistência popular grega". Há uma nova escolha difícil a fazer. A menos que as condições do resgate grego sejam tornadas menos gravosas, o país está a caminho da saída do euro. Os sinais de alerta para a Comissão, o BCE e o FMI são patentes: quem semeia ventos, colhe tempestades.
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