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Blitz

“Uns diziam que eles se afastavam da música tradicional, outros que não era rock nem jazz. Pois não, era Trovante”

Com o anúncio do regresso aos palcos do Trovante, para dois concertos em março de 2026, começamos agora a discutir o seu legado com colegas, contemporâneos e pessoas com quem a banda se cruzou ao longo de 16 anos de atividade. “A grande marca deles foi terem ousado encontrar um som diferente, muito próprio”, defende António Miguel Guimarães, que foi agente da banda e era considerado o oitavo Trovante

António Miguel Guimarães
Rita Carmo

Em 2026 completam-se 50 anos desde que o Trovante se juntou e o grupo volta para dois grandes concertos em Lisboa e Porto no mês de março. Antecipando este regresso aos palcos, a BLITZ fala com colegas, contemporâneos, jornalistas e outras pessoas com quem se cruzaram sobre o legado do coletivo. “A grande marca deles…. Isso depende da década de que estamos a falar, mas, no início, penso que foi o ousar encontrar um som diferente, estar aberto a misturar aquilo que agradava ao conjunto de músicos e encontrar uma maneira de expressão muito própria e um trabalho coletivo significativo”, defende António Miguel Guimarães, que foi agente da banda e chegou mesmo a ser considerado o oitavo Trovante, “isto aliado, obviamente, a um excelente compositor que é o João Gil, a bons produtores e bons executantes. Mas quando eles começam a aglutinar tudo isto, os outros músicos já instalados perguntavam ‘onde é que isto vai parar?’. Diziam, ‘é pá, estão a afastar-se da música tradicional’, outros diziam, ‘ah isto não é jazz’, ‘ah isto não é rock’, ‘isto não é’... Pois não, é Trovante”.