O palco, e os instrumentos, tingiram-se de vermelho. Ergueram-se duas cortinas de fumo. Uma trupe, vestida da mesma cor, sobe ao palco, Till Lindemann ao centro: assemelha-se menos a um coronel e mais a um mestre circense, rodeado das suas aberrações de estimação, pronto para mostrar a uma vasta plateia aquilo que vieram ver: uma panóplia de horrores, grotesco elevado a arte, a nudez mostrada com a sujidade que também tem. Os mais puritanos terão visto aqui uma qualquer distribuição gratuita de pornografia; os outros sabem que a arte também se faz a partir daquilo que um padrão estético comum determina como “feio”. No meio, talvez, a verdade: um espetáculo de teatro com música de fundo protagonizado por Till Lindemann, vocalista dos Rammstein, no segundo dia do festival Evil Live, no Estádio do Restelo, em Lisboa.
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Sexo e humor com Till Lindemann, dos Rammstein, no festival Evil Live: o politicamente correto segue dentro de momentos
O vocalista dos Rammstein passou pelo Evil Live meses antes de uma já anunciada atuação a solo, na Meo Arena. O espetáculo, com ‘bolinha vermelha’ no canto, foi do mais bizarro, inquietante e assombroso que se viu no Estádio do Restelo este fim de semana: um teatro único e indescritível, um espetáculo de circo onde até entraram bolos de nata que, naturalmente, não acabaram intactos. Numa tarde de ritmos industriais, a BLITZ também viu os nacionais Bizarra Locomotiva mostrarem uma força gigantesca