Quando, no ano de 2010, o norte-americano Mike Hadreas nos permitiu entrar pela primeira vez no seu complexo universo pessoal, a aprendizagem foi tanto sua como de quem se dedicou a escutar o que tinha para dizer. “Learning”, o disco de estreia enquanto Perfume Genius, era um magistral exercício lo-fi, que trazia consigo uma estranha sensibilidade, despida em canções ao piano, tão sofridas quanto encantadoras, como ‘Lookout, Lookout’, ‘Mr. Peterson’ ou ‘You Won’t B Here’. “Learning” era, também, o apresentar de um escritor de canções que preferia deixar-se ficar mais no papel de observador do que virar o espelho para si próprio. Ao longo de década e meia, à medida que se foi agigantando como compositor, Hadreas aprendeu, igualmente, a imiscuir-se de forma mais investida em temas nos quais não só aprende a lidar com os seus sentimentos como a expiar traumas do passado.
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Novo álbum, nova conquista: os dias de glória de Perfume Genius vivem-se no meio da tempestade
Perfume Genius sempre deu rédea solta às emoções nas suas canções, mas nunca como em “Glory” revelou tanto de si