Os blues não são nada sem uma boa mulher no pensamento, cantou Don Covay em 1969. Olhamos para a discografia de Legendary Tigerman e o verso parece fazer absoluto sentido: do nu feminino nas capas de “Naked Blues” (2002) e “Fuck Christmas, I’ve Got The Blues” (2003) ao videoclip de ‘Honey, You’re Too Much’, passando por versões de ‘Gonna Shoot My Woman’ a canções como ‘The Whole World’s Got the Eyes On You’, a mulher — e sobretudo o desejo que a mulher inspira — foi sempre temática presente na obra de um Homem-Tigre que, até então, tinha estado sempre sozinho, em formato one-man band. “Femina” (2009) mudou as regras desse jogo; a Legendary Tigerman juntavam-se agora as atrizes Asia Argento e Maria de Medeiros, Peaches, Phoebe Killdeer (uma das vozes dos Nouvelle Vague), Lisa Kekaula (dos norte-americanos Bellrays) ou Rita Redshoes, num álbum que é menos de colaborações e mais de “cumplicidades”, recorda agora o músico ao Expresso.
Exclusivo
Vendeu o carro, não desistiu com as ‘negas’ e o sucesso apareceu: como Legendary Tigerman criou “Femina” e porque volta agora a ele
Em 2009, “Femina” mostrou Legendary Tigerman entre as mulheres. O disco que ia arruinando o seu criador, Paulo Furtado, mas acabou por revelá-lo é agora celebrado com dose tripla de concertos, no Porto, em Lisboa e Coimbra: as damas e o tigre estão juntos outra vez e contam-nos o que aí vem