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GNR ao vivo em Lisboa nos 70 anos de Rui Reininho: “Foi um prazer fazer parte deste planeta convosco antes que aqueles gajos deem cabo dele”

Celebrava-se, nesta última noite de fevereiro, o 70º aniversário de Rui Reininho e os GNR magicaram um cocktail de êxitos para o festejo na Culturgest, em Lisboa. Trocaram-se presentes, cantou-se os ‘Parabéns a Você’ e o aniversariante arrancou risos fáceis com a aura de arlequim, mas a formalidade da sala e o público enfatiotado conduziram a uma solenidade que refreou os ânimos mais festivos

GNR ao vivo na Culturgest, Lisboa, 28 de fevereiro de 2025
Nuno Mendes

28 de fevereiro de 2025, Auditório Emílio Rui Vilar. Pelas 22h20, chega a um fim abrupto o último verso de Ana Lee. Apagam-se de rajada as luzes, o público aplaude claudicante. No meio da multidão, o inevitável acontece, uma voz ao fundo não se contém. Pronuncia como se de um édito se tratasse: “E a ‘Dunas’?” Uma hora antes, a sala a meia luz sugere movimento. O estatuto dos GNR como ícones impreteríveis da cidade do Porto é reiterado mesmo antes de a banda entrar em palco. Confirma-o a projeção de excertos remontados de “Douro, Faina Fluvial”, curta-metragem que lançou Manoel de Oliveira enquanto cineasta, considerada uma das cartas de amor à paisagem ribeirinha da cidade. Reininho poderá outrora tê-la considerado cinzenta demais, conservadora demais. Um homem tem de sair da ilha para bem a ver, Saramago dixit, e a verdade é que, no concerto de celebração do seu 70º aniversário, é essa a terra convocada tanto pelo cinema, como pela camisa do FC Porto que lhe é oferecida entre canções.