O encontro deu‑se a 5 de Maio de 1957, numa zona de pinhal junto ao aeroporto de Lisboa, ainda virgem das construções que viriam a ocupar a área nas décadas seguintes. Daniela, então com oito anos, fez de carro a viagem do Porto para a capital, na companhia do senhor Agostinho, que ela conhecia como um amigo da família. Não sabe precisar quando lhe disseram, mas tem presente que no caminho já sabia que iria rever a mãe. E estava também avisada sobre o secretismo necessário. Não poderia contar a ninguém. Daniela e Albina não se viam há cerca de cinco anos, desde que a mãe, na clandestinidade, se vira obrigada a dizer ‑lhe adeus, deixando‑a à guarda dos avós.
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A dura história de Albina Fernandes (1928-1970): pré-publicação de um capítulo do livro-disco “Anónimos de Abril”
A editar em breve pela Zigurate, e com o subtítulo “Um Livro de Histórias Reais e Canções Originais”, “Anónimos de Abril” homenageia 12 figuras anónimas de resistência à ditadura em Portugal, com textos de José Fialho Gouveia, Aurora Rodrigues e Miguel Carvalho, e ilustrações de Marta Nunes. Rogério Charraz, José Fialho Gouveia e Joana Alegre dão forma ao disco homónimo, com 8 “canções de liberdade”. A BLITZ pré-publica em exclusivo a história da breve vida de Albina Fernandes, mulher de Octávio Pato