Há sempre um momento em que os concertos de Jorge Palma se suspendem e dão lugar a um monólogo ao piano, um transe de mãos e teclas, com regras que nos são inacessíveis, de onde desta vez surgiram a sempiterna ‘Estrela do Mar’ (na verdade não tem mais de mil anos, é da mesma idade da BLITZ, nasceu em 1984) e ‘Bairro do Amor’, para onde talvez não seja imprudente mudar a morada fiscal. ‘Só’, no mesmo registo, beneficiou desta vez do adorno do acordeão de Gabriel Gomes: afinal, é assim que se desenham versões especiais para ocasiões que se querem especiais.
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Uma noite com Jorge Palma no Campo Pequeno: ainda bem que o monstro precisa de amigos
O pretexto era a consagração do seu último álbum, “Vida”; a expectativa era a de celebrar a mesma sequência de clássicos a que o alinhamento não pode escapar. Entre uma e outra coisa, do concerto de Jorge Palma no Sagres Campo Pequeno, em Lisboa, levamos no bolso alguns cromos raros para a coleção. Exemplares onde sobressai o nome de uma mulher, Manuela Azevedo, e um recado contundente que ficou para o final