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Um grande disco deste outono: Laura Marling chega ao cimo da colina e a folk faz eco

Ao oitavo álbum, “Patterns in Repeat”, a artista inglesa apresenta uma reflexão sobre a maternidade e o universo à volta, sem vestígio de detritos sentimentais. Um disco tão essencial como toda a sua discografia anterior: chega esta sexta-feira e já o ouvimos

Nascida em Inglaterra em 1990, Laura Marling começou a fazer música na adolescência. O primeiro disco lançou-o aos 18 anos
Tamsin Topolski

No penúltimo número da revista “Uncut”, o álbum do mês era “Patterns In Repeat”, de Laura Marling. 18 páginas à frente, na secção das reedições, a lista era encabeçada pelo quarto volume dos “Joni Mitchell Archives — The Asylum Years (1976-1980)”. Para o desenho de um triângulo perfeito, faltaria, talvez, a presença de algo de Marianne Faithfull. Porque, se a relação de intimidade estética entre Laura e Joni sempre foi evidente e claramente confessada (“Se Joni Mitchell não existisse, eu nunca teria existido”, declarou Marling em 2017), de modo muito menos claro e explícito, mas não menos real, pontos comuns existirão também entre Laura, filha do 5º baronete de Marling (“of Stanley Park and Sedbury Park in the County of Gloucester”) e Marianne, baronesa Erisso von Sacher-Masoch. Não apenas na ascendência aristocrática mas, especialmente, na condição de starlets adolescentes de perfil folk cujo amadurecimento foi acontecendo muito fora desse perímetro. À “Mojo”, Laura Marling deixa muito poucas dúvidas: “Nunca ouvi música folk. Sei que o Bob Dylan e muitos outros provêm do que é, desatentamente, considerada a tradição folk. Mas eu sou o eco, do eco, do eco de tudo isso. Não poderia estar mais distante.”