Vimo-los pela primeira vez em junho de 2016 no Parque da Cidade do Porto, aquando do 5º Primavera Sound da Invicta e, bem impressionado, o autor destas linhas descrevia assim a aparição: “Joe Casey, vestido para um compromisso menos rock and roll, é uma espécie de Matt Berninger do punk, na forma como se entrega ao domínio do microfone, anti-estrela rock na ausência de tiques, maneirismos ou estratégias de convencimento. Coloca a cabeça de lado à moda de um Johnny Rotten domesticado [agora também nos lembramos de Mark E. Smith, dos Fall], canta em registo quase falado, beberica da lata quando não é requisitado.” Oito anos e vários álbuns depois, em Paredes de Coura 2024 mantém-se tudo, até a lata de cerveja na mão.
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A grande tareia dos Protomartyr no festival Vodafone Paredes de Coura: é dor, é prazer, é a história do rock arisco em 60 minutos
Se dúvidas persistissem, os norte-americanos Protomartyr são a definitiva banda de pós-punk depois do pós-punk, mas com tanto mais dentro de si que um concerto como o que Paredes de Coura assistiu ao segundo dia de festival tem tanto de catarse como de lição. Sigamos o líder: Joe Casey