Os excêntricos não mudam o mundo, mas mudam a arte e a arte, sim, muda o mundo. Deve ser nisso que Jack White pensa sempre que acorda e lhe vem à cabeça mais uma das suas ideias mirabolantes, do género: compor um álbum novo e distribuí-lo, de graça, sem avisar ninguém, nas três lojas da sua própria editora, a Third Man Records (uma em Nashville, outra em Detroit e uma terceira em Londres). Em vinil, claro, que White é um dos seus últimos grandes fanáticos. Foi exatamente isso que fez com “No Name”, o seu sexto álbum de estúdio; todos os que fizeram uma compra numa dessas três lojas, a 19 de julho, receberam em mãos uma cópia do disco, sem saberem muito bem o que era – já que nem a capa nem o vinil em si continham quaisquer informações além de um garboso “No Name” escrito no autocolante.
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E não é que Jack White voltou a fazer um grande álbum? Logo agora que pensávamos que o rock and roll tinha morrido outra vez...
Lançado de surpresa, no mês passado, o novo álbum de Jack White, simplesmente intitulado “No Name”, é bem capaz de ser o seu melhor álbum a solo. Há ‘blues’, há rock garageiro, há energia punk, há baixa fidelidade e, sobretudo, há mitologia. Mais um capítulo na história de um homem que sempre se alimentou dela: os excêntricos não mudam o mundo, mas ajudam muito