Na Roma antiga, o Circus Maximus era uma grandiosa estrutura pensada pela elite para manter a turba satisfeita, um lugar de exaltação de heróis — gladiadores ou condutores de quadrigas — com que as pessoas comuns se podiam identificar. Travis Scott, o rapper americano que se prepara para fazer disparar os sensores sísmicos dispostos na zona ribeirinha de Lisboa com três noites de lotação esgotada na maior sala de espetáculos do país, a Meo Arena, estudou atentamente a história antiga, viu o filme de Ridley Scott com bloco de notas ao lado e agora veste simultaneamente as vestes de imperador e de campeão da arena para transportar os seus devotos fãs — “ragers” é o nome que lhes deu — até à sua própria “Utopia”, uma ilha rendida ao abandono hedonista e focada numa catártica e coletiva libertação de energia. Olhando para os vídeos de alguns dos seus mais recentes concertos europeus, como o que deu há alguns dias em Milão (Itália), perante 85 mil pessoas, percebe-se que esta estrela global do rap tem um poder tremendo, característica só ao alcance das maiores estrelas pop que neste agitado presente parecem chegar de uma dimensão diferente.
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Travis Scott, o gladiador do rap na Meo Arena: o “circo” chega a Lisboa por três noites
Será quase um terramoto: cerca de 60 mil pessoas aos saltos em três noites de casa cheia na Meo Arena, em Lisboa, de sexta a domingo. Assim é a “Utopia” de um dos maiores rappers do momento