A RTP solicitou à organização do Festival da Eurovisão uma reunião para esclarecer os incidentes ocorridos na final do concurso, no passado sábado.
Recorde-se que o vídeo da performance de Iolanda tardou a ser publicado na página oficial e nas redes sociais do concurso, após a artista portuguesa ter-se apresentado em palco com as unhas pintadas com o padrão de um keffiyah, um lenço tradicional palestiniano.
O pedido da RTP conta com o apoio de outros países membros da União Europeia de Radiodifusão, como a Croácia, França, Espanha e Noruega.
Após a final, a RTP “reagiu de imediato quando viu que o vídeo não tinha entrado como os dos outros estavam a entrar, imediatamente após o fim da atuação", explicou Nicolau Santos, presidente do Conselho de Administração da RTP. "A indicação que foi dada, através de uma troca de e-mails, é que havia um problema técnico”.
“É nessa troca de e-mails que a pessoa que está a responder à nossa delegação disse ‘mas a vossa concorrente tem motivos pró-Palestina pintados nas unhas’. Houve da nossa parte a pergunta ‘o que é que isso tem a ver?’ O que aconteceu é que imediatamente a seguir o vídeo entrou”, continuou, em entrevista à RTP 3.
Em causa estarão ainda várias tentativas de intimidação a outros concorrentes, por parte da delegação israelita, bem como o número de votos obtidos pela concorrente Eden Golan através do televoto. “Quero lembrar que Portugal, na votação do júri, esteve sempre entre o quarto e o sétimo lugar, e depois quando chegámos à votação do público, inopinadamente Israel, que estava nos últimos lugares, na segunda metade da tabela, passou para primeiro lugar, com uma votação verdadeiramente extraordinária”, frisou Nicolau Santos.