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Wolf Manhattan: “Criar um alter ego foi um alívio. Pensei: não preciso de expor nada da minha vida privada”

Wolf Manhattan é o novo projeto de João Vieira (X-Wife, White Haus, DJ Kitten), nascido durante a pandemia da covid-19 e onde o músico aborda um lado de canção, por oposição à eletrónica de encher pistas de dança. Com novo álbum, “Real Life Is Overrated”, na bagagem, a BLITZ falou com o próprio sobre autenticidade, sobre (muita) música e - até - sobre a “morte” do artista. No sábado, haverá concerto no CCB, em Lisboa

Wolf Manhattan é João Vieira e, ao mesmo tempo, não é João Vieira; é o alter ego que encontrou para dar vida a estas canções, longe dos temas dançáveis dos X-Wife e White Haus e do seu percurso enquanto DJ Kitten, quando o foco está em dançar e fazer dançar. O amor, aqui, é por Lou Reed e David Bowie, é pelo formato pop da canção, pela clareza da história que é narrada em verso. “Real Life Is Overrated” é o título do seu segundo álbum enquanto Wolf Manhattan e faz todo o sentido: se a vida real não nos entusiasma, criemos toda uma vida paralela.

Produzido e tocado com a ajuda de André Tentugal, e com Monday e Jenna-Marie Laine como vozes convidadas em três canções, “Real Life Is Overrated” abandona a estética lo-fi do primeiro álbum, homónimo, de 2022, na ânsia de querer ser “um disco maior”, como o músico explica em conversa com a BLITZ. No próximo sábado, os melómanos da capital poderão entrar, novamente ou pela primeira vez, no universo Wolf Manhattan, com a apresentação do disco no CCB. Para já, fica a dica: a imaginação é um bem precioso.